De olho nos chineses, DHL mantém galpão de luxo para vinhos

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A cultura, os principais fornecedores e a inspiração vêm da Europa, mas são os chineses de Hong Kong que estão dando as cartas no mundo do vinho na região asiática. E a alemã Deutsche Post DHL, de olho nesse mercado promissor, investe em armazenagem sofisticada.

Ainda que não tenham chance - e nem intenção - de competir com os tradicionais consumidores do "velho mundo", os chineses de Hong Kong estão pagando caro para ter acesso a vinhos de alta qualidade. O interesse é recente. A largada foi dada há apenas cerca de quatro anos pelo próprio governo local, que decidiu eliminar as taxas de importação sobre vinhos, tornando a antiga colônia britânica o ponto ideal para a distribuição e armazenagem da bebida.

Neste cenário, o charme de uma tradicional adega sai de cena e abre espaço para um grande armazém de distribuição, que não dá nenhuma pista de sua ligação com o universo dos vinhos e é controlado nos mínimos detalhes.

A temperatura das garrafas é checada a todo instante, a umidade local é gerenciada, a exposição à luz, minimizada, e o rigor para o transporte, maior do que em qualquer outro produto. Afinal, não se tratam de vinhos baratos e, portanto, cuidados especiais são uma obrigação. O asiático ainda está tomando gosto pela bebida, mas tem exigência de sobra na qualidade.

A empresa alemã Deutsche Post DHL, com atuação cada vez mais ampla na logística da região, acompanha de perto o potencial de crescimento do mercado asiático no mundo dos vinhos. Há dois anos e meio, investiu € 1 milhão em um galpão com capacidade para 230 mil garrafas voltadas ao mercado de luxo.

Sem revelar o preço médio de cada garrafa, a empresa dá uma indicação ao comparar a carga do armazém com nada menos que 200 Ferrari. O custo médio apenas para o transporte e a armazenagem oscila entre US$ 30 e US$ 50 por garrafa e a rotatividade é alta. A cada mês 100 mil unidades são vendidas e retiradas do armazém.

"Esta é uma grande oportunidade para nós. Temos eficiência e segurança, uma população de 7 milhões de pessoas e ainda a China dando suporte, com mais de 1 bilhão de habitantes", comentou o CEO da DHL Global Forwarding de Hong Kong, Macau e Sul da China, Edward Hui.

O executivo informa que o hub é um dos negócios de maior rentabilidade da companhia. Tanto que a empresa alemã já planeja replicar o modelo de negócios e estuda os mercados da Coreia do Sul e de Cingapura.

Os vinhos franceses representam 50% da demanda da região asiática, mas exportadores de Portugal, Itália, Canadá, Estados Unidos, Chile, Argentina, Espanha, Alemanha, África do Sul, Austrália, Nova Zelândia e até Brasil também têm sua contribuição. O vinho em Hong Kong é, acima de tudo, uma ferramenta social de trabalho e a escolha pelas garrafas mais caras pode render, naturalmente, uma aproximação mais efetiva dos clientes.

Ainda que esse mercado esteja apenas engatinhando, o governo de Hong Kong quer transformar a cidade na nova capital do vinho, com os preços dos leilões, que já estão se tornando semanais, superando os realizados em Londres e Nova York.

Hong Kong já conta com 350 importadores de vinhos e as vendas de 2011 atingiram US$ 170 milhões.



Veículo: Valor Econômico


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