Eletrodoméstico terá avaliação mais dura

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Nova regra, que determina eficiência energética 5% maior, reduz à metade atuais aparelhos classificados como classe A



Inmetro diz que 78% de consumidores seguem classificação; fabricante tem um ano para se adaptar

Para manterem as vendas em patamares elevados, marcas como Brastemp, Eletrolux e Consul terão de adaptar geladeiras, fogões, condicionadores de ar e fornos a gas às novas classificações de consumo de energia que acabaram de ser formuladas pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).

As novas regras ainda passarão por consulta pública, mas o órgão já estima que metade dos aparelhos fabricados no Brasil que hoje possuem nota A (os mais econômicos, em uma escala que vai até a letra E) deixariam o topo da classificação.

A notícia é importante para a indústria, já que as notas são informadas em adesivos colados nos eletrodomésticos. Cerca de 78% dos consumidores são influenciados pela classificação na hora de escolher seus aparelhos, mostra pesquisa do Inmetro.
"Cada vez mais, na hora de comprar, as pessoas estão percebendo que o investimento não é apenas o que se faz na loja, na hora de compra, mas no gasto com o aparelho ao longo dos próximos 10, 15 anos", afirma Marcos Borges, coordenador do Programa Brasileiro de Etiquetagem do Inmetro.

Hoje, 80% dos eletrodomésticos vendidos no Brasil pertencem à categoria A, o que acabou banalizando a classificação. Com o aperto do Inmetro, esse número cairia para 40% se nenhum fabricante se mexesse para adequar seus produtos. Mas as empresas terão tempo para se adaptar: a nova classificação valerá a partir de janeiro de 2013, quando as novas regras entrarão em vigor.

Pelo desenho do Inmetro, os equipamentos elétricos terão de ser, em média, 5% mais eficientes em consumo de energia do que são hoje. No caso dos que consomem gás, a melhoria terá que ser de 3%, segundo o órgão.

O instituto estima que só 16% dos refrigeradores do tipo combinado simples/duas portas permanecerão no topo da classificação (atualmente é 87%). Se hoje para esse aparelho ser considerado A tem que consumir no máximo 38,4 kWh de energia por mês (um gasto médio anual de R$ 138,24), com as novas regras teriam que consumir 37,20 kWh (R$ 133,92).

No caso dos fogões, o percentual de A também é elevado: hoje são 75% dos aparelhos vendidos no mercado, o que deve cair para 33%. "Isso faz com que o consumo de energia do aparelho deixe de ser determinante na hora da compra", afirma Borges. "Sabemos que o consumidor valoriza essa informação até mesmo antes do preço".

No caso de refrigeradores e fogões, as novas metas vão para consulta pública, que durará 30 dias. Uma portaria definitiva será publicada até o final do ano no "Diário Oficial da União". Para os outros aparelhos, as medidas já foram negociadas com os fabricantes, e são definitivas.


Veículo: Folha de S.Paulo


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