País deve ter recorde de fusões e aquisições

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Relatório da PwC mostra que o Brasil tem superado as instabilidades do mercado externo e número de transações deve passar de 800 este ano

Pelo montante de transações ocorridas até o mês de outubro, o mercado brasileiro deve bater recorde novamente pela quantidade de fusões e aquisições ao longo de um ano.
O levantamento, realizado pela empresa de auditoria e consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), revela que até o décimo mês de 2011 ocorreram 611 negociações entre empresas no Brasil. Em todo o ano passado, o número de transações foi de 797.

“Devemos ultrapassar a casa de 800 negociações no mercado brasileiro este ano,pois os meses de novembro e dezembro concentram um número médio maior de transações que o restante do ano”, afirma Alexandre Pierantoni, sócio-diretor da PwC. “Hoje o Brasil é o principal destino dos investimentos em todo o mundo”.

Apesar do aumento do interesse das empresas do exterior no mercado brasileiro, o capital nacional corresponde a 61% das negociações ocorridas até outubro, o que corresponde a 315 transações.

Segundo o executivo, um dado que mostra essa evolução do país é o maior volume de recursos destinados a private equity, iniciativa que visa impulsionar uma companhia com grande potencial no mercado mas que ainda não está listada na bolsa de valores. “Em 2006, essa atividade financeira correspondeu a 11% do total de transações e hoje esse volume já é de 43%”, comenta Pierantoni.

Por conta da expansão no número de fusões e aquisições no mercado brasileiro, as negociações têm ocorrido fora do eixo Rio-São Paulo com maior frequência e também tem ocorrido a expansão para ummaior número de segmentos. “Éummovimento multi-regional e multi-setorial. Há 10 anos, três setores concentravam quase todas as transações e hoje isso não ocorre mais”, diz o sócio-diretor da PwC.

Liderança mantida

Do total de negociações deste ano, a área de Tecnologia da Informação (TI) lidera o levantamento, tendo concentrado 66 transações até outubro, o que corresponde a 11% do total. Na segunda posição está a área de Alimentos, com 57 negociações nos dez meses, sendo seguida por Química e Petroquímica, com 55, e Bancos, com 46.
Segundo a PwC, esses quatro segmentos mantêm as mesmas posições do levantamento realizado no ano passado.

Entre os destaques das transações ocorridas no mês de outubro no país está a aquisição de 32,18% da Santa Cruz Açúcar e Álcool pela usina São Martinho por R$ 187,4 milhões, e da compra do Grupo Danica realizada pela BRF Argentina por US$ 50 milhões (o equivalente a R$ 88,9 milhões). Já entre as transações que não tiveram os valores revelados, os destaques ficaram pela aquisição de 30% da Vivere Brasil pela BTG Pactual e a compra realizada pelo Grupo Camil da marca Coqueiro, que pertencia à PepsiCo.

“Realizamos esse levantamento há quase 25 anos e 1/3 das negociações não revelam os valores envolvidos”, comenta Pierantoni. Entretanto, ele afirma que a média das transações está na faixa de US$ 80 milhões a US$ 100 milhões. “No levantamento do ano passado, as 10 principais fusões e aquisições do mercado brasileiro corresponderam a 40% do total”, diz ele.

Marca histórica

Devido ao aumento de transações, o mercado brasileiro atingiu no mês passado o total de 10 mil transações anunciadas, segundo o levantamento da PwC, que é realizado no país desde 1990. “Isso mostra o quanto o private equity tem influenciado e contribuído para o número de negociações no país”, afirma o executivo.

Uma mostra da expansão de fusões e aquisições no mercado brasileiro é que entre os anos de 2002 e 2005 a média era de 384 transações, sendo que entre 2006 e 2009 esse índice passou para 645 negociações anunciadas, um aumento de 68% entre os períodos.


Veículo: Brasil Econômico


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