Terminais ferroviários otimizam transporte de grãos e insumos

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Outras iniciativas estratégicas dos últimos anos que melhoraram o escoamento da safra de grãos em Minas Gerais, na avaliação do superintendente de Política Agrícola da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, João Ricardo Albanez, são os terminais integradores da Valor da Logística Integrada (VLI) em Pirapora, no Norte de Minas, e Araguari, no Triângulo Mineiro. "Foi um trabalho da iniciativa privada, através da Vale, mas houve todo o envolvimento e suporte na estruturação das regiões por parte do governo do Estado para receber esses terminais, que hoje são importantíssimos para a exportação de grãos produzidos em Minas", avalia.

Os dois terminais compõem o Corredor Centro-Leste da VLI. O terminal integrador de Pirapora foi inaugurado em 2009. Atende a cargas originárias do Noroeste de Minas, Goiás, Mato Grosso e Sul da Bahia. São 150 km de ferrovias recuperadas entre Corinto e Pirapora. Em 2013, o terminal dobrou a capacidade, chegando à movimentação de 1 milhão de toneladas por ano, e hoje opera na capacidade máxima. O terminal integrador de Araguari foi inaugurado em 2012. Também atende a cargas do Mato Grosso, Goiás e das regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, e tem capacidade para movimentar 1 milhão de toneladas por mês e 340 mil toneladas de fertilizantes no trajeto inverso. Juntos, os dois terminais escoaram em 2013, para o porto de Tubarão (ES), 6,4 milhões de toneladas. Eles são integrados à Estrada de Ferro Vitória a Minas, da Vale.

A VLI tem outros dois terminais em fase de estudo de viabilidade. Um deles será em Uberaba, no Triângulo, e escoaria soja, farelo, milho e açúcar pelo terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita, em Santos (SP). Este é o Corredor Centro-Sudeste da VLI. O diretor comercial da VLI, Fabiano Lorenzi, afirma que o terminal de Uberaba é uma antecipação à demanda face ao potencial de crescimento do agronegócio não só em Minas, como também em Goiás e Mato Grosso. "Estamos falando de sistemas integrados com foco no planejamento total da cadeia produtiva, com custo menor e eficiência, que conseguem atender ao mesmo tempo o produtor, o caminhoneiro e o navio".

Outro novo terminal seria implantado em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, para o qual a prefeitura local garante que há demanda e viabilidade econômica. Mas o diretor comercial da VLI apenas confirma que houve o primeiro contato da companhia com o Executivo municipal, mas que os estudos de viabilidade ainda estão em fase inicial.

Para o superintendente do Instituto de Pesquisa Antônio Ernesto de Salvo (Inaes), Pierre Vilela, no médio e longo prazos as ferrovias e terminais ferroviários integrados são soluções para o escoamento da produção agrícola de Minas. "Mas são investimentos e concessões que devem ter como foco principal o acesso de qualquer produtor a esse sistema", pondera, considerando que a exploração de trechos por poucas empresas aumenta os custos.

O subsecretário de Estado do Agronegócio, Antônio Carlos Xavier da Gama, também vê no modal ferroviário a solução de médio e longo prazos para os gargalos logístico do setor. "Se pegarmos o mapa ferroviário de mais de 50 anos atrás vamos ver que se aquelas ligações ativadas naquela época estivessem funcionando até hoje, boa parte dos nossos problemas de transporte de cargas estaria resolvida".

Hidrovias - As hidrovias também são apostas em Minas, mas para o futuro. O governo do Estado deve concluir até o final deste ano o estudo econômico e jurídico que definirá o modelo de concessão ou de formação de parceria público-privada (PPP) para instalação de dois portos fluviais e uma hidrovia no Estado. Os locais já estão definidos, mas não foram revelados ainda. O governo garante que a demanda é suficiente para atrair investimentos privados.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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