Ecorodovias define plano de expansão do Tecondi

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O grupo Ecorodovias investirá R$ 75 milhões neste ano na expansão de seu braço portuário, em Santos (SP), antes chamado de complexo Tecondi e batizado nesta semana de Ecoporto Santos. O aporte integra um pacote de R$ 200 milhões que serão investidos nos próximos anos no negócio portuário do grupo.

A holding comprou o primeiro ativo portuário de operação de contêineres no ano passado e, após concluir a integração da marca, se prepara para avançar na oferta integrada de serviços. O objetivo, diz o presidente do grupo, Marcelino Rafart de Seras, é ser a opção mais eficiente ao comércio exterior brasileiro no porto de Santos.

"A nossa atividade é pegar a carga e levá-la até o cliente final. Mais do que nunca agora não é a venda simplesmente de um produto de carregamento ou descarregamento de navios. É a venda de um serviço integrado", disse Seras, em entrevista exclusiva ao Valor. O grupo finalizou a compra do agora denominado Ecoporto Santos (conjunto de três ativos: terminal marítimo, terminal alfandegado e empresa de transporte) em junho de 2012 fazendo o caminho inverso trilhado pelos operadores de terminais em Santos. Primeiro adquiriu e criou uma ampla rede logística nos eixos em que atua com concessões rodoviárias para depois desembarcar no cais. No Brasil todo, são 15 ativos sob a guarda da subsidiária Elog entre centros de distribuição, plataformas multimodais e centros logísticos aduaneiros - onde os processos de comércio exterior são adiantados, desafogando a área do porto.

Segundo José Eduardo Bechara, presidente do Ecoporto Santos, a operação portuária hoje dissociada de uma cadeia é "commodity". "O que criamos com toda essa infraestrutura que a Ecorodovias tem é algo que nenhum terminal no Brasil hoje pode oferecer. O armador hoje não olha o Ecoporto Santos apenas como um operador portuário, já temos clientes que estão negociando conosco enxergando esse contexto todo".

Seras revelou que, no futuro, a Ecoporto e a Elog irão se fundir. "São etapas, caminharemos para isso". Neste ano, o primeiro de operação completa do Ecoporto Santos, os braços de logística e de porto vão responder juntos pela segunda maior fonte de receita do grupo, que ficou em R$ 2,6 bilhões em 2012.

Como o Ecoporto Santos é hoje o terceiro maior de quatro terminais marítimos de contêineres em Santos, por enquanto o ganho de escala ficará por conta de investimentos em equipamentos, obras civis e aumento de produtividade por meio da sinergia com demais subsidiárias.

Os R$ 75 milhões serão investidos em três portêineres (equipamentos que deslocam o contêiner entre o cais e o navio) e na adequação do berço de atracação, que será preparado para a dragagem de aprofundamento, o que permitirá receber navios de até 318 metros de extensão. Hoje o Ecoporto Santos opera com MHCs, um tipo de guindaste mais antigo e menos produtivo que os portêineres, já usados pelos maiores terminais de Santos.

Paralelamente, o grupo conta com a ampliação física, seja agregando áreas previstas no contrato original de arrendamento, seja participando de novas licitações. Tudo depende de como sairá a nova lei dos portos. Se a presidente Dilma Rousseff vetar o artigo da Medida Provisória dos Portos que determina a renovação de contratos pré-1993, há uma região contígua ao Ecoporto Santos que terá de ser relicitada.

"Queremos ser um agente pacificador, agregador", adianta-se a dizer Seras, ciente do ambiente conflagrado que é a região do cais do Saboó em Santos, que concentra os contratos pré-1993.

Com a flexibilização para entrar no setor aberta pela MP dos Portos, a empresa está interessada em terminais tanto em portos públicos quanto fora. O radar volta-se para os eixos de importação e exportação onde o grupo tem infraestrutura e logística prontas. São eles o porto de Paranaguá (PR), cuja acesso é feito pela Ecovia; porto de Rio Grande (RS), cujo eixo rodoviário é a Ecosul; e os portos da região do Espírito Santo, Bahia e Rio de Janeiro, por conta da Eco 101.



Veículo: Valor Econômico


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