Novas empresas aderem às vendas on-line

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Motivados pela perspectiva de que o número de internautas no País cresça a cima dos 10% ao ano, muito em função do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), empresas que antes não atuavam no comércio eletrônico, ou e-commerce, iniciam as operações nesse segmento. Hoje, o Brasil conta com 50 mil lojas virtuais e a perspectiva é que esse número cresça 5% ao ano, gerando 2,5 mil novas lojas a cada doze meses.

Além da entrada de nomes tradicionais do mercado físico na área, como a supermercadista Cooperativa do Consumo (Coop) e a loja de pneus Bridgestone, o comércio eletrônico ganha outras empresas que entram diretamente para vendas virtuais, sem planos de abertura de lojas físicas. É o caso da Las Teresitas, que aposta neste momento no mercado on-line, que se mostra mais estável e regulado, o que cria um cenário positivo para ingressar nesse ramo de negócio.

"O mercado virtual está mais desgastado, crescendo menos mas mais maduro. Há leis de regularização desse mercado, além de mais segurança para compras e mais conhecimento desse segmento. A entrada tardia de algumas empresas nesse setor pode ser estratégica", declarou o professor de economia da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), Mario Zulcro, O professor ressaltou que muitas empresas optaram por entrar direto no mercado on-line. "É mais barato, e as vezes mais rentável investir apenas nas lojas virtuais, ainda mais com o crescimento exponencial das redes sociais", argumentou.

Foi nessa perspectiva que nasceu a Las Teresitas, loja virtual, especializada em roupas e acessórios femininos, que lançou este ano oficialmente suas operações.

O fundador do grupo, Diogo Cabral, optou por lançar a marca apenas no e-commerce , e para isso investiu cerca de R$ 200 mil.

"Em 2011, vimos o comércio eletrônico como um segmento promissor dentro do mercado brasileiro e, em junho do ano seguinte, começamos a estruturar o projeto virtual", diz o executivo.

Segundo Cabral, o varejo tem percebido a mudança considerável no perfil do consumidor brasileiro, o que resultou na escolha do momento para ingressar. "Atingimos hoje no Brasil um nível muito alto de aceitação e confiança no e-commerce, e a comodidade, facilidade e segurança de comprar pela da Internet vêm criando consumidores virtuais cada vez mais assíduos e exigentes."

Com relação ao mercado estar desacelerando, o executivo segue confiante na expansão. "O ritmo de crescimento do setor esteve muito alto nos últimos três anos. Creio que essa diminuição seja natural. De qualquer maneira, os números do e-commerce brasileiro continuam bastante animadores e encorajadores para o pequeno e médio empreendedor que deseja ingressar nesse mercado", afirmou ele.

Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a mulheres são maioria entre os novos e-consumidores, sendo 56,1% novatos contra 43,3% de homens que fizeram a primeira compra ano passado.

Números que motivam

Segundo Índice do Varejo Online (VOL), realizados pela E-Consulting o comércio eletrônico - envolvendo transações on-line de automóveis, turismo e bens de consumo em geral - deverá crescer 26% ante ao ano passado, movimentando R$ 43,4 bilhões. Alta acontece depois de um crescimento de 31% em 2011 e 29% em 2012. "Vale destacar que com a facilidade de acesso ao crédito sendo uma realidade no mercado de e-commerce, o número de consumidores on-line deve aumentar em 16% neste ano, indo a 37 milhões de e-consumidores", diz o sócio-fundador da E-Consulting, Daniel Domeneghetti.

Segundo a estimativa, lançada esta semana, o setor de automóveis - que envolve venda de carros, motos e peças - terá um crescimento de 20,6%, apontando um novo mercado em potencial. De olho nesse mercado, Alexandre Lopes, diretor de vendas e marketing Consumo da Bridgestone anunciou este mês a entrada do grupo no comércio eletrônico. A empresa, que trabalha com venda de pneus e acessórios para carro, disponibilizará os mesmos itens das lojas físicas no projeto on-line.

De acordo com Lopes, os planos da empresa em entrar nesse mercado aconteceram há mais ou menos um ano, quando foi constatado pelo grupo a necessidade dos consumidores da empresa em ter mais este canal de vendas.

"Resolvemos entrar agora devido à maturidade do mercado e ao crescimento da procura de informação sobre pneus na Internet, o que torna este um meio efetivo de decisão de compra".

A Cooperativa de Consumo (Coop), rede supermercadista, também anunciou sua entrada no mercado de vendas on-line este ano. Entre as últimas da categoria a implementar este modelo de negócio, a empresa espera que com nos próximos cinco anos as vendas virtuais represente faturamento equivalente aos maiores supermercados da rede.

"Estamos seguindo uma tendência do mercado varejista e, principalmente, tornando a Cooperativa multicanal. Isto é, além do autosserviço, nosso cooperado encontra também postos de combustíveis e drogarias externas, todos com a chancela e credibilidade da marca Coop, que chega moderna e jovem aos seus 59 anos de fundação em 2013", explica Celso Furtado, gerente de marketing e responsável pelo comércio eletrônico.




Veículo: DCI


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