Ceratti quer mercado carioca de mortadela e outros embutidos

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Rio responde por 5% do faturamento da empresa; meta é crescer a 20%

 
SÃO PAULO - Tradicional fabricante de mortadela e com forte presença no mercado paulista, a Ceratti começa a dar os primeiros passos na tentativa de crescer no mercado do Rio e, posteriormente, se nacionalizar. Para alcançar esses novos consumidores, vai investir R$ 2,5 milhões neste semestre para dar início à distribuição e comercialização de seus produtos em solo fluminense. Outros R$ 20 milhões foram desembolsados na ampliação da produção. Com isso, a expectativa é que o estado possa representar cerca de 20% do faturamento da empresa — hoje não chega a 5%.
 
— Vemos o mercado do Rio como importante para iniciar essa incursão nacional. Vamos montar uma estrutura local, como temos em São Paulo. Estamos contratando uma empresa de logística e montando um centro de distribuição para atuar tanto no varejo (padarias, empórios) como nas redes de supermercado — disse Edmilson Barbosa, presidente da empresa.
 
O centro de distribuição ficará no bairro Olaria, na Zona Norte, e o novo modelo de distribuição, que terá início em 1º de setembro, seguirá o já adotado em São Paulo. Nesse atendimento, os vendedores recolhem os pedidos nos diversos pontos de venda e a entrega ocorre no dia seguinte. Com essa agilidade, a expectativa é ampliar o número de pontos de venda de 200 para um potencial de 4 mil estabelecimentos.
 
Barbosa, no entanto, admitiu que o cenário de recessão atrasou o plano da empresa. A operação no Rio já deveria ter começado. Alguns outros projetos foram congelados.
 
— A condição econômica do país fez com que atrasássemos os investimentos. Estamos fazendo dentro das possibilidades, mas não é como gostaríamos. A situação atual não permite o planejamento inicial, feito em 2014 — afirmou.
 
A companhia faturou no ano passado R$ 250 milhões, um crescimento de 7%, mas houve queda no volume. Esse desempenho é acima da média do mercado. A empresa não revela os valores já registrados no primeiro semestre, mas afirma que o crescimento é de 22% na comparação com igual período de 2015. Com os investimentos no Rio, a expectativa é que nesse mercado a expansão chegue a 50% ao final do ano.
 
SEGMENTO SUPERCONCENTRADO
 

Ainda assim a empresa está longe dos líderes desse mercado. Segundo dados da Euromonitor, o segmento de carnes processadas (produtos já embalados e que não consideram as compras por peso) movimenta R$ 5,1 bilhões no Brasil, com um crescimento médio de 4,2% ao ano. No entanto, o segmento no qual a Ceratti trabalha é superconcentrado. A líder é a BRF, com 48,8% do total, seguida pela JBS, com 25,1%, e a Aurora, com 5,3%. A quarta colocada, o Carrefour, tem apenas 0,7% desse mercado. A Ceratti não chega a aparecer no ranking da Euromonitor.
 
Para ter uma fatia maior desse mercado, além de aumentar a atuação em outras regiões do país, a Ceratti também investiu no aumento da capacidade produtiva. Ao todo foram R$ 20 milhões para a ampliação da fábrica em Vinhedo, no interior paulista.
 
Acessar novos mercados também é uma alternativa ao reflexo imediato da crise econômica, que é a menor demanda e queda das vendas. As vendas em hipermercados, supermercados e de produtos alimentícios acumula em 12 meses uma queda de 3,1%, segundo dados do IBGE.
 
O principal produto da empresa é a mortadela, que responde por 28% da produção, mas a principal aposta para o mercado fluminense é outro embutido, o peito de frango. A empresa também, pela primeira vez, foi uma das apoiadoras do “Comida di Buteco“ no Rio, realizado em junho, já na estratégia de conquistar um novo público.
 
Fonte: Portal O Globo


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