Confiança do varejo cai 7,7% em março

Leia em 2min

A avaliação dos empresários sobre a situação da economia continuou piorando em março, e a visão geral é de que a atividade já debilitada desacelerou ainda mais no primeiro trimestre deste ano. Com isso, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) caiu 7,7% ante fevereiro, ao menor nível da pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) desde 2011. Além disso, o indicador migrou pela primeira vez para a zona desfavorável, abaixo de 100 pontos. "A confiança do comércio continua descendo a ladeira sem freio e no escuro", sintetizou o economista da CNC Fabio Bentes.

Diante do quadro, a entidade já prevê uma nova revisão de sua estimativa para as vendas no varejo restrito (sem veículos e material de construção). Hoje em 1%, essa projeção deve ficar menor quando saírem os dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE, referentes a fevereiro.

"Existe a possibilidade de termos um resultado negativo neste ano. Vai depender de quão longa será a recessão na atividade. Quanto maior ela for, maiores as chances de haver uma queda nas vendas", afirmou Bentes.

A principal pedra no caminho dos comerciantes é o próprio ritmo da economia. Em março, 86,3% dos empresários apontaram piora no ambiente econômico. Há ainda insatisfação com o mau momento do setor, citada por três a cada quatro entrevistados. Aumento dos juros, acesso ao crédito mais difícil, inflação elevada, comprometimento da renda das famílias e saldo cada vez menor de geração de vagas no país contribuem para achatar a demanda por bens.

O índice de expectativas, que seria o primeiro a reagir em um cenário de melhora na confiança, continua mergulhando. Em março, registrou a sexta queda consecutiva. "O cenário de deterioração ainda é esperado para os próximos meses", disse Bentes.

Além da atividade, o emprego no setor também deve ter deterioração. Segundo na CNC, 51,3% dos empresários do comércio planejam demitir nos próximos meses. "Não vislumbramos geração de vagas no comércio este ano", afirmou o economista. A entidade ainda trabalha com um saldo nulo, mas a perspectiva ainda pode piorar. "Obviamente não se pode descartar queda nas contratações", disse.

Desde o segundo trimestre de 2014, o comércio vem tendo o pior desempenho entre todas as atividades no Produto Interno Bruto (PIB) na comparação com igual período do ano anterior. A deterioração do início deste ano, porém, deve trazer resultados igualmente ruins para o primeiro trimestre, avaliou Bentes. (AE)



Veículo: Diário do Comércio - MG


Veja também

Receita publica instrução sobre crédito presumido para medicamentos e café

A Receita Federal publicou nesta quarta-feira, a Instrução Normativa 1.557, que, entre outras coisas, oper...

Veja mais
Lalka já produz 20 toneladas por mês

Empresa com 90 anos de mercado tem, hoje, 11 pontos de venda, 10 deles em Minas e um em Santos (SP)   Uma das mai...

Veja mais
Lojistas de Ubá ganham incentivo

Estabelecimentos localizados na rua São José formarão um shopping "a céu aberto"   &n...

Veja mais
Diminuição de importados melhora a percepção para demanda externa

Apesar da previsão otimista do industrial sobre as exportações, o Índice de Expectativas (IE...

Veja mais
Paraná anuncia plano para fortalecer a agricultura

    Veículo: Valor Econômico...

Veja mais
Brasileiro é eleito presidência de comitê de medida sanitárias da OMC

    Veículo: Valor Econômico...

Veja mais
Lucro do Laticínios Jussara tem queda de 63%

    Veículo: Valor Econômico...

Veja mais
'Consumidor apertado já é 52% da população

...

Veja mais
Nova Serrana segue na contramão

Polo calçadista desconhece queda da demanda e contrata para manter ritmo de produção   Ao co...

Veja mais