Comércio popular deve sentir a redução nas vendas este ano

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Termômetro de vendas, prestes a completar 150 anos, a Rua 25 de Março tem sido afetada pelo forte efeito da crise econômica que assola todo o País

 



Conhecida como maior reduto do varejo popular no País, a Rua 25 de Março, na região central de São Paulo, completa amanhã 150 anos. Apesar de ser tradicional, o local deve sentir efeitos negativos de um ano de recessão, segundo a União dos Lojistas da 25 de Março (Univinco).

Apesar do grande número de pessoas que visitam o perímetro (cerca de 400 mil por dia), o diretor da Univinco, Sergio Zahr diz que a região sente a queda no movimento desde o começo deste ano. "A expectativa é que as vendas caiam em torno de 20% em 2015. O dado não é baseado em nenhuma pesquisa, mas percebemos a diminuição das vendas".

Segundo ele, o local também é um dos pontos turísticos da capital, mas o número de visitantes não corresponde ao de vendas. "Normalmente entra um grupo de oito pessoas na loja, mas apenas uma delas faz a compra", comenta Zahr.

A Rua 25 de Março é o maior centro de comércio da América Latina e tem mais de 3.500 pontos de vendas formais. De acordo a São Paulo Turismo S/A, empresa de turismo e eventos da cidade de São Paulo (SPTuris), em datas como o Natal a região chega a receber cerca de 1 milhão de consumidores.

Lojas


A rede Armarinhos Fernando está no local desde 6 de outubro de 1976 e este ano fará 39 anos na região. Diferentemente da maioria dos comércios antigos locais, que foram fundados por imigrantes de descendência árabe, a rede foi criada por um português, chamado Fernando Esquerdo.

Ele começou a trabalhar em uma lojas da região como faxineiro, em 1954, quando tinha 14 anos. Ao completar 36 anos, montou a primeira unidade da rede Armarinhos Fernando que comercializava produtos de aviamentos, linhas e botões. Hoje, a marca trabalha com brinquedos, papelaria, perfumaria, bazar, armarinhos, festas, utilidades domésticas e itens temáticos e comercializa 240 mil itens.

Comunicação

Segundo o gerente geral, Ondamar Ferreira, com um ano difícil para vários setores do comércio e uma economia mais fraca, a empresa pretende incrementar o seu faturamento em 5% este ano.

Atualmente, 65% dos clientes da loja são atacadistas e 35% varejistas. "Estamos atentos às tendências e novidades do mercado e procuramos nos diferenciar com produtos mais baratos", afirma Ferreira. A rede ainda diz que está investido na comunicação com seus clientes, com o uso das redes sociais, do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) e também com o site. Apesar de não possuir uma operação de e-commerce, a rede realiza entregas em todo o Brasil.

Brinquedos descolados

Na também tradicional Semaan, que há 50 anos foi criada como atacadista na Rua 25 de Março para depois se tornar também varejista, a expectativa é crescer em linha com o ano passado. "Estimamos crescimento de até 5%", disse ao DCI, o diretor comercial da rede, Marcelo Mouawad.

Para o executivo, uma das formas de driblar o momento difícil está nas vendas pela internet, ainda mais pela empresa atuar com um bom número de itens importados. "Nós temos planos positivos no e-commerce".

Além das vendas on-line que devem ajudar no faturamento da Semaan, a marca tem estudado ampliar o canal de distribuição. "Não temos nada certo ainda, mas estamos estudando a construção de um Centro de Distribuição fora de São Paulo, para ampliar as nossas vendas. Mas isso será no futuro", como afirmou ele.

Para Mouawad, a maior dificuldade de operar na Rua 25 de Março é logística. "Não temos estacionamento na porta, e para descarregar as mercadorias temos bastante trabalho. Sobre mobilidade, não temos o que reclamar já que estamos próximo a terminais de ônibus e linhas de Metrô", disse.

Na contramão do também centro popular, o Brás, Mouawad afirmou que os "lojista da 25 preferiram acabar com a informalidade para depois pensar em melhorias na mobilidade do local."




Veículo: DCI


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