Na contramão do mercado, Alpargatas acelera vendas

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A fabricante e varejista de calçados Alpargatas espera para o quarto trimestre uma aceleração no seu ritmo de vendas. Com outras empresas do setor, a companhia foi afetada em junho e julho pela queda nas vendas no período da Copa do Mundo e por despesas mais altas com a importação de matérias-primas e operações de proteção às variações do câmbio.

O presidente da Alpargatas, Márcio Utsch, destaca como ponto positivo um ganho de 2,2 pontos percentuais em participação de mercado no terceiro trimestre e disse ver uma tendência de aceleração nas vendas neste fim de ano. "As vendas em outubro aumentaram em torno de 20%. Acredito que vamos continuar ganhando mercado", afirmou o executivo.

No terceiro trimestre, a Alpargatas registrou avanço de 4,5% na receita líquida ante o mesmo período de 2013, para R$ 903,8 milhões. No Brasil, a receita cresceu 4,2%, para R$ 639,7 milhões. As vendas para Argentina aumentaram 0,6%, para R$ 177,2 milhões. Em peso argentino, o avanço foi de 50,6%. As vendas para outros países aumentaram 15,9%, para R$ 86,9 milhões.

Em volume, as vendas cresceram 14,6% no trimestre, chegando a 70,4 milhões de pares.

O lucro líquido consolidado da Alpargatas foi de R$ 55,9 milhões, queda de 25%. No segundo trimestre, a queda foi de 67,7%, para R$ 22,8 milhões. Utsch associa o resultado a um gasto de R$ 13,8 milhões com despesas financeiras e R$ 3,5 milhões de equivalência patrimonial de coligadas. Ele também citou um investimento de R$ 25 milhões em marketing ligado à Copa do Mundo e gastos mais altos com operações de proteção contra variações cambiais. "O resultado sofreu efeito negativo de câmbio e de commodities. Mas estamos mais preparados para enfrentar um 2015 difícil", disse.

Para o ano de 2014, a companhia baixou a projeção de receita líquida para um crescimento entre 7% e 10%. No segundo trimestre, a projeção anunciada era de um avanço de 10% a 12%.

O diretor financeiro da Alpargatas, José Roberto Lettiere, disse que o crescimento mais acelerado no volume de vendas deveu-se, em parte, à redução de preços praticado pela Alpargatas no Brasil. Em relação à Argentina, o executivo disse que a operação apresenta resultados equilibrados e sustentáveis. Ele disse que a empresa sofre intervenções do governo local, mas a Alpargatas "tem um modelo mais adaptado para responder à crise e essas intervenções".

A Alpargatas informou ainda que vai definir em 2015 o destino da sua participação na Tavex, fabricante de tecidos com ações na bolsa de Madri. Em setembro, a Alpargatas e a Camargo Corrêa decidiram concentrar a participação de 49,7% que detêm na Tavex em uma nova holding, A.Y.U.S.P.E. Empreendimentos e Participações. A Tavex vai fechar o capital em dezembro. No primeiro semestre de 2015, o conselho da Alpargatas decidirá se mantém a fatia na Tavex, transfere a participação à Camargo Corrêa ou investe no negócio.

"Agora teremos autonomia para definir uma posição em relação a esse ativo que já não vem gerando resultados", afirmou Lettiere. A geração de caixa da Tavex é destinada ao pagamento do serviço da sua dívida, de € 363 milhões.



Veículo: Valor Econômico


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