Raia Drogasil gasta menos e lucra mais

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A Raia Drogasil, maior grupo varejista de farmácias do país, registrou aumento de vendas num ritmo superior ao de seus custos de vendas e de suas despesas operacionais no terceiro trimestre. Como efeito, tanto o lucro bruto, quanto o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) cresceram 21,3% e 94,2%, respectivamente. O lucro líquido subiu três vezes e meia, para R$ 67,9 milhões de julho a setembro.

Para 2015, a varejista não vê riscos maiores ao negócio. O setor cresceu 13,21% até setembro, segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias. "Nossa vida não passa por questões econômicas ou políticas. Nosso crescimento não depende disso", afirmou Eugênio De Zagottis, diretor de relações com investidores e de planejamento corporativo. "Este é um setor estável e resiliente e depende, basicamente, de maior envelhecimento da população. Mantemos previsão de 130 inaugurações para 2015, número já registrado em 2013 e que deve ser atingido também em 2014".

De janeiro a setembro, foram inauguradas 80 drogarias, e 50 estão programadas até dezembro. O número é superior às 41 aberturas do último trimestre de 2013, e equivale a uma inauguração a cada dois dias. "Os pontos estão na nossa mão, não vejo problemas para inaugurá-los, e já tivemos fim de ano com mais aberturas", disse.

Segundo dados publicados ontem, a receita líquida de julho a setembro subiu 18,3%, para R$ 1,92 bilhão, e com expansão menor, de 17%, no custo das mercadorias vendidas - o que levou a uma alta de 21,3% no lucro bruto, para R$ 548,2 milhões.

Ao se descontar do lucro bruto as despesas operacionais - que se expandiram 7,8%, índice inferior ao de 2013, quando a empresa enfrentava processo de reestruturação, após a fusão das redes - o valor do Ebitda cresce 94,2%, para R$ 137,2 milhões. Na última linha, o lucro líquido atinge R$ 67,9 milhões, alta de 265%, "em função das melhorias operacionais e financeiras e de uma redução drástica no montante das despesas não recorrentes", relativas a custos com integração da Raia com Drogasil, que se uniram em 2011.

O lucro líquido ajustado, que desconsidera as despesas não recorrentes, relativas a custos com integração de Raia e Drogasil, foi de R$ 80,5 milhões de julho a setembro, um incremento de 88,8%. A margem bruta atingiu 27,5% crescimento de 0,7 ponto percentual, em parte, reflexo de melhores negociações de compra e "mudanças de precificação", que inclui reajustes em certas praças.

A empresa destacou que recebeu uma "ajudinha" com menor despesas em folha de pagamentos no terceiro trimestre, disse Marcílio Pousada, presidente da companhia, fato que não deve se repetir nos próximos trimestres. "Tivemos um ritmo mais lento de contratações dos funcionários de loja em julho e em agosto, e isso deve voltar a patamares normais".

A soma total de estoques atingiu R$ 1,26 bilhão em setembro, 33% acima de setembro de 2013. "Estávamos com estoque mais baixo no ano passado", disse o diretor. A soma ainda cresceu por causa da cobrança de ICMS sobre o valor dos estoques, decorrente de uma mudança no regime de substituição tributária no setor.

"Começamos a nos beneficiar da fusão", diz Zagottis, referindo-se a ganhos de sinergia em áreas menos tangíveis, como atendimento. Há alguns trimestres, os ganhos de sinergia se davam na administrativa ou na de compras.




Veículo: Valor Econômico


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