Inverno aquece as vendas de aparelhos domésticos no País

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Bruna Kfouri

SÃO PAULO

A chegada do inverno deve trazer bons resultados aos fabricantes nacionais de eletrodomésticos e eletroportáteis, como a Cadence e a Wanke. Além de elevarem a sua produção, ambas projetam para o período alta de até 50% nas vendas deste ano na comparação com 2013. Entre os principais compradores estão os mercados das regiões Sul e Sudeste do País.

A catarinense Cadence é uma das mais animadas com as baixas temperaturas esperadas para os próximos meses. A marca aposta em um aumento de 50% nos seus negócios contabilizados entre os meses de março e junho de 2014. As linhas de aquecedores e as de chaleiras elétricas estão entre os itens mais pedidos pelo varejo.

"Em 2013 nós tivemos um ano atípico, com um inverno tardio. Isso levou o varejo a segurar seus pedidos, e consequentemente afetou a indústria", disse ao DCI o diretor comercial da Cadence, Dirceu Brugalli. "Mas, neste ano, já notamos temperaturas bem mais baixas em maio, o que aqueceu a procura do varejo".

Para atender a essa demanda, a companhia optou por ampliar o volume dos produtos sazonais disponibilizados no mercado. "O nosso volume deve ter crescido entre 35% e 38% na comparação com o mesmo período do ano passado", afirma Brugalli.

De acordo com o executivo, até o momento as vendas ocorrem conforme planejado. "Queremos atingir a meta inicial de 50% de crescimento durante o período. Já alcançamos os 45%", ressalta o diretor comercial da Cadence.

A maioria dos pedidos vem da região Sul do Brasil, já conhecida pelas baixas temperaturas nesta época do ano. "O Sudeste aparece em seguida devido a alta procura por esses itens em estados como São Paulo e Minas Gerais", conta.

Apesar da fábrica própria em Navegantes (SC), os principais produtos comercializados pela companhia nesta estação do ano, como as chaleiras elétricas, foram todos importados da China.

Outra catarinense que acredita em bons resultados é a Wanke. A marca, com sede em Indaial (SC), projeta um crescimento de 25% nas vendas neste período do ano. A procura do varejo recai sobre as centrífugas e as secadoras feitas pela fabricante brasileira.

Para alcançar a meta inicial, a companhia elevou em 36,3% sua produção destinada ao período. "Cerca de 130 mil peças, entre centrífugas e secadoras, saíram da fábrica para o mercado no ano passado. Em 2014, serão 180 mil peças", afirma o vice-presidente da empresa, Rogério Erhat.

De acordo com o executivo, as vendas da Wanke estão dentro do planejado para este período. "Na primeira semana deste mês, os pedidos realizados pelo varejo deram um grande salto. Nós já atingimos 40% da meta inicial", confirma o executivo da Wanke.

Cenário

Além do aumento registrado até agora na produção e nas vendas, as duas empresas catarinenses também praticaram um reajuste nos preços dos seus produtos em 2014. O encarecimento de alguns insumos como o aço e o plástico, e o aumento das despesas com a logística motivaram a mudança.

"Fizemos um repasse pontual. O maior chegou a 5%", enfatiza o diretor comercial da Cadence, Dirceu Brugalli. Já na Wanke, os custos de produção subiram 7%, de acordo com o vice-presidente da companhia. Rogério Erhat.

No primeiro trimestre de 2014, a produção de eletrodomésticos cresceu 23,7%. Porém, enquanto a linha marrom cresceu 51,6%, a branca caiu 2,1% segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Por outro lado, levantamento da consultoria GfK aponta que o valor movimentado pelo setor de eletrodomésticos no acumulado dos três primeiros meses deste ano avançou cerca de 7,1% ante 2013, somando R$ 6,28 bilhões.

A categoria de eletroportáteis também registrou um avanço de 51,2%, atingindo R$ 2,48 bilhões. Segundo a GfK, a alta no preço médio dos principais segmentos de linha branca, combinado ao aumento na demanda por itens com maior valor agregado está incrementando as vendas.



Veículo: DCI


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