BR Pharma obtém R$ 230 milhões

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Por Adriana Mattos | De São Paulo

A Brasil Pharma, holding de varejo de farmácias do BTG Pactual, obteve linhas de empréstimo com bancos de cerca de R$ 230 milhões nas últimas semanas, e ainda está negociando novas contratações com valores entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões, disse na quarta-feira o comando da empresa em teleconferência com analistas. Os recursos devem ser aplicados no pagamento do vencimento antecipado de debêntures emitidas nos anos de 2012 e 2013. O saldo atualizado desses títulos em março somava R$ 555 milhões.

A soma total de até R$ 380 milhões equivale quase ao aumento de capital na empresa, de R$ 400 milhões, que está sendo feito para equilibrar a estrutura de capital do grupo.

"Temos linhas de créditos já contratadas e estamos em outras negociações para novas linhas nos próximos dias", disse Orivaldo Padilha, diretor de relações com investidores. Na soma de R$ 230 milhões estão incluídos cerca de R$ 143 milhões obtidos de três bancos, conforme anunciado dias atrás.

"Estamos enfrentando um período mais difícil, mas a empresa tem o montante suficiente para o pagamento [das debêntures] e para manter a operação", disse ele.

Em assembleia na segunda-feira, a empresa não chegou a um acordo com debenturistas para evitar o vencimento antecipado dos papéis. Foi a segunda assembleia neste mês para tentar determinar novas condições do contrato. Sem avanços, votou-se pela execução da dívida e a quitação deve ocorrer na segunda-feira. Essas conversas entre empresa e investidores foram abertas após a companhia não ter cumprido compromissos financeiros dos contratos.

Questionada a respeito da hipótese de uso de recursos do aumento de capital já aprovado, para quitar os pagamentos, a empresa informou que parte dos R$ 400 milhões da capitalização "será utilizada devido ao timing de pagamento" dos títulos, que vencem na semana que vem, informou ao Valor.

"Temos convicção de que esse é um momento passageiro e que voltaremos ao mercado de dívida de longo prazo no começo de 2015", disse Padilha aos analistas. "Nossas questões são estruturais e não operacionais. Temos boas lojas, a equipe está motivada, atuando num mercado em expansão".

Segundo Padilha, as linhas de R$ 230 milhões têm prazo médio de vencimento de um ano e custo médio de CDI mais 1,80% a 2,30% (já incluindo custos o hedge de 100% do valor) e podem ser "roladas". "São linhas em condições muito mais baratas do que as propostas pelos debenturistas". As negociações de R$ 100 milhões a R$ 150 milhões têm prazo de dois anos e devem ter taxas parecidas.

A companhia ainda informou que está em processo de ajustes internos na operação nos últimos meses. "Temos trabalhado para eliminar mais estoques, fizemos ajustes de 'headcount' em lojas e alguns centros [redução de empregados] e também estamos revisando contratos. Ainda temos devolvido produtos estocados e eliminando descontos na ponta [ao consumidor] quando é viável", disse.

A BR Pharma chegou a atingir nível de estoques de 112 dias no terceiro trimestre de 2013 e caiu para 88 dias no início de 2014.

Questionada pelos analistas sobre efeitos na margem bruta com essa reorganização (a taxa diminuiu de 29% de janeiro a março de 2013 para 18,8% em 2014), a empresa informa que haverá efeito negativo nesse índice no segundo trimestre. A companhia passou a enfrentar problemas após processo de integração de oito redes adquiridas nos últimos anos. Negócios com sistemas, culturas e modelos de logística diferentes - segundo analistas, alguns ativos com desempenho abaixo da média - foram comprados e foi preciso reorganizar essa nova estrutura.



Veículo: Valor Econômico


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