Copa do Mundo: Supermercados e bares estão animados

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População está ansiosa com a primeira partida da Seleção Brasileira na Copa do Mundo, hoje. E lojistas de BH ainda não sabem como os negócios vão se comportar antes de a bola começar a rolar


O dia da abertura da Copa do Mundo no Brasil se transformou numa incógnita para o comércio de Belo Horizonte. Enquanto os jogadores da seleção canarinho se preparam para entrar em campo, e os namorados, que não anteciparam a data, teceram planos para comemorar o seu dia assistindo Brasil X Croácia, comerciantes da Savassi se mostram otimistas com o movimento enquanto os lojistas das ruas do Centro da cidade estão mais pessimistas. A única coisa certa é que bares, restaurantes e supermercados serão os setores de melhor performance de vendas hoje. Em matéria de comércio, o resto é expectativa. Ou chute.

O Sindicato do Comércio Lojista de Belo Horizonte (Sindilojas) determinou que o comércio de rua poderá funcionar hoje das 8h às 15h30. Os shopping centers terão lojas abertas das 9h às 15h30. Nos centros de compra, só as praças de alimentação e os cinemas voltarão a funcionar depois do jogo, conforme a administração de cada um. Já os supermercados, em sua maioria, fecharão duas horas antes do jogo e não reabrirão suas portas. Por outro lado, algumas redes supermercadistas serão fechadas momentos antes de começar o jogo – oferecerão TV interna para que os funcionários possam acompanhar a partida. Logo depois do fim da transmissão, voltam a abrir as portas. Há também os que funcionarão normalmente.

Carlos Thadeu de Freitas Gomes, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), confirma a expectativa geral. Para ele, tanto hoje quanto no restante do campeonato, o impacto nas vendas será maior no setor de serviços do que no comércio, que vem lucrando com a Copa desde o início do ano, pelo menos no segmento de eletroeletrônicos. “Como a partir de amanhã (hoje) vão haver feriados, a demanda por combustíveis, que é parte importante do comércio, vai cair. Já nos supermercados, ela aumenta”, explica. No balanço do dia, no entanto, Gomes aposta em empate nas vendas. “A área que mais ganha é a de serviços, no restante, o crescimento nas vendas é zero”, analisa.

A economista da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Ana Paula Bastos afirma que os comerciantes não estão otimistas. “Existe o medo de manifestações e os proprietários das lojas não sabem como a população vai se comportar. Além disso, depois do jogo, não haverá consumo nas lojas. O movimento vai se deslocar para bares e restaurantes. Em dias de jogo do Brasil é pior”, observa. Apesar disso, os empresários não esperam queda nas vendas. Já especificamente para o Dia dos Namorados, a expectativa é de aumento nos negócios feitos no mês, de 1,5%.

“A Copa do Mundo no Brasil é um evento totalmente único. Nós só podemos imaginar o que vai acontecer. Mesmo assim, a expectativa é boa. Hoje (ontem) foi véspera do Dia dos Namorados e as vendas aumentaram. Acredito que amanhã (hoje) acontecerá o mesmo, já que as pessoas sempre deixam para fazer as compras na última hora”, diz Alessandro Runcini, diretor do conselho CDL Savassi. De acordo com ele, o movimento será concentrado na parte da manhã.

SEM REFERÊNCIAS Nas ruas da Savassi, os comerciantes estão na expectativa e prometem não fechar as portas antes das 14h. As irmãs Alessandra Lionello Semionato e Bruna Lionello Semionato são proprietárias da But Le Acessórios. A expectativa delas é de fechar neste horário. “Vai ser uma experiência. A gente ainda não sabe nada. Mas vejo que as pessoas estão temerosas de sair nas ruas. O contraponto é que a cidade está bem cheia. Tem muita gente de fora e os turistas vão às ruas para passear”, diz Alessandra. Já Bruna admite que tem boas expectativas, mas acha que a população está amedrontada. “Hoje (ontem) o movimento já foi a mil por hora. Às vésperas do primeiro jogo, as pessoas estão se animando e andam mais entusiasmadas com a Copa”, pontua Alessandra.

No Centro da cidade, Rafaela Andrade Ferreira, bordadeira da loja Brilho de Noiva, localizada na Afonso Pena, explica que o expediente será encerrado hoje às 14h. “Em dia de jogo ninguém está procurando comprar nem olhar nada. Além disso, estamos próximos à Praça Sete e, por causa da possibilidade de haver manifestações, os comerciantes já esperam queda de 50% no movimento”, afirma.

Leiliane Marques Rosa, gerente do Empório Body Store da Savassi, avisa que as portas do estabelecimento também serão fechadas às 14h. “Seremos liberadas mais cedo porque as três funcionárias moram longe, em Contagem e Venda Nova. De acordo com ela, a loja estava contando com os negócios de ontem porque não é possível saber o que ocorrerá hoje. “A expectativa era vender menos do que foi registrado, mas, ao mesmo tempo, não vendemos tudo o que precisávamos”.

TIMIDEZ Na contramão do otimismo, no comércio, Ildeu de Carvalho Braga, gerente das Óticas Carol, reclama do movimento tímido na véspera do Dia dos Namorados e da primeira partida da Copa do Mundo. “Hoje (ontem), a demanda foi pequena. Amanhã (hoje), se as lojas vizinhas fecharem mais cedo, vamos fazer o mesmo”, observa. Maria Auxiliadora Teixeira de Souza, presidente da Associação de Lojistas da Savassi (Alsa), também não está nada animada. “O impacto dos jogos será péssimo para o comércio”, acredita a comerciante, que é dona da loja Detalhe, de acessórios e semi-joias. “Tradicionalmente, registramos um aumento de vendas de 20%. É a nossa segunda melhor data no ano depois do Natal , mas agora não sabemos o que vai acontecer”, diz.

Nos shoppings centers, é impossível calcular como serão os negócios feitos durante o dia. “Não sei o que dizer da venda no Dia dos Namorados e das relacionadas com a estreia do Brasil na Copa. Nossa expectativa é funcionar até as 15h30. A gente esperava um tráfego de 2% maior para a data, mas só até na última segunda-feira já chegamos a 7,5%”, observa Fávia Louzada, gerente de Marketing do Diamond Mall. No Shopping Cidade, a gerente de Marketing, Carolina Vaz, ainda espera receber muita gente hoje, mas não fala de números. “Só vamos saber na hora”, avisa.

Carrinhos e copos cheios

As vendas dos supermercados, por sua vez, já estão quentes desde ontem. De acordo com Adilson Rodrigues, superintendente da Associação Mineira dos Supermercados (Amis), os negócios das redes devem continuar aquecidos hoje. A maior parte da demanda está concentrada em bebidas como refrigerantes, cervejas, entre outras, além de carnes, pipoca, petiscos de modo geral e também de enfeites ligados ao Mundial de futebol. O maior movimento é esperado pela manhã. Quem deixar para a última hora poderá ter dificuldade para comprar o que quer, avisa.

Ledson Lemos, gerente do Restaurante Assacabrasa na Savassi, espera um movimento 20% maior hoje do que em dias de clássico. que nos jogos de Atlético e Cruzeiro a gente recebe uma torcida só, justifica. Segundo ele, a casa tem recebido muitos telefonemas e não vai reservar lugares, mas está apta a receber até 250 pessoas. provável que não tenhamos vagas para todos. Pretendemos redirecionar os clientes para as nossas unidades da Rua da Bahia (capacidade de 400 pessoas) e da Rua Rio de Janeiro (200 pessoas), observa sua colega, a também gerente Simone Santos Gomes.

Localizado a poucos passos do Assacabrasa, o restaurante Baiana do Acarajé espera bom movimento. Mas a expectativa é de que o acúmulo de pessoas não fará as vendas estourarem. Em dias como esses, as pessoas querem mais é se divertir. Por isso, acabam gastando menos, explica o proprietário Odair Melo. (ZF)


Veículo: Estado de Minas


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