Cautela na indústria de lácteos

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Incertezas econômicas e expectativas frustradas com a Copa fazem setor frear investimentos

As incertezas quanto ao desempenho econômico do país estão influenciando o otimismo e a confiança do empresário mineiro em relação aos investimentos nas indústrias de lácteos. Segundo o Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais (Silemg), o momento é de cautela e avaliação de mercado. Por isso, não há expectativa de novos aportes. A realização da Copa do Mundo, cujos benefícios ainda não se concretizaram, e o período eleitoral são fatores adicionais que também preocupam bastante o segmento.

"A economia está dando sinais não muito positivos, e isso deixa o setor cauteloso em relação a novos investimentos. Além disso, temos o maior endividamento da população, que pode interferir diretamente no consumo, além do período do eleições. Em relação à Copa do Mundo, esperávamos um ano mais favorável para o setor, principalmente, em relação à demanda por parte dos hotéis e restaurantes. Acreditávamos em um incremento significativo da demanda, já que estes setores precisam se preparar para receber os turistas. Porém, esse possível aumento da demanda ainda não se concretizou", disse o diretor executivo do Silemg, Celso Moreira.

Conforme o representante do Silemg, mesmo com os gargalos enfrentados pelo segmento lácteo e a seca registrada ao longo dos primeiros três meses do ano, a produção de leite em Minas Gerais terá incremento próximo a 4% em 2014, encerrando o período com a geração de 9,2 bilhões de litros.

"O aumento da produção se deve aos preços mais lucrativos pagos aos produtores desde meados de 2013. A remuneração tem sido suficiente para que os pecuaristas invistam nas propriedades, correspondendo ao que a indústria precisava em relação à produção".


Preços - A elevação dos preços pagos aos produtores, cerca de 12% entre janeiro e maio de 2014, tem comprometido a margem de lucro das empresas, que já estão repassando o aumento da matéria-prima para os consumidores. A expectativa da indústria é que os preços pagos aos pecuaristas caiam ao longo do próximos meses, já que novos repasses de altas poderão interferir no consumo.

"Para a cadeia láctea se manter saudável, seria necessário reduzir o preço do leite nas fazendas em torno de 5%, com o produtor recebendo entre R$ 0,90 e R$ 1,00 pelo litro do leite, valor que gera lucro. Na outra ponta, os preços deveriam ser elevados entre 8% e 10% para que o setor industrial possa trabalhar com uma lucratividade mínima.  necessário também que o varejista se sacrifique um pouco mais, absorvendo uma parte destas elevações", avaliou Celso Moreira.

Mesmo com o encarecimento dos produtos lácteos no mercado final, a expectativa do segmento é que o consumo per capita continue em elevação, principalmente em relação aos produtos de maior valor agregado.


Consumo - De acordo com os dados do Silemg, o consumo do leite, queijo, iogurte, requeijão e outros derivados é crescente. Há dez anos, cada habitante ingeria por volta de 130 litros de leite por ano. Hoje já são 175 litros, muito próximo dos 180 recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

"A demanda por produtos diferenciados e de maior valor agregado é crescente e a indústria tem investido na diversificação das opções", completou Moreira.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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