Lego projeta expansão, apesar de preocupação com inflação

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Apesar das incertezas envolvendo a economia brasileira, a fabricante dinamarquesa de brinquedos Lego não cogita uma retração nos negócios. A empresa prevê alta de 30% nas vendas, após fechar 2013 com um crescimento recorde de 61% no mercado nacional.

"Nossa meta de crescimento para 2014 é audaciosa diante do cenário econômico atual. Este será um ano atípico. Não sabemos qual será o impacto da Copa do Mundo no varejo e as eleições também podem interferir nas vendas dos bens de consumo. Por isso, estamos nos preparando desde o início para alcançar a meta", afirma o diretor de operações da Lego no Brasil, Robério Esteves, em entrevista ao DCI.

Com uma estratégia de expansão ancorada nos lançamentos - cerca de 80% da linha de produtos foi renovada para este ano - e nos aportes em propaganda - com foco nos comerciais transmitidos em canais a cabo específicos - a companhia pretende manter os bons resultados. "Não reduzimos nossos aportes porque entendemos que recuar ou investir menos significa prejudicar os negócios", conta o diretor da Lego.

A inflação e a variação cambial também são acompanhadas de perto pela multinacional, pois interferem diretamente nos seus resultados, segundo ele. "A inflação afeta qualquer negócio e isso acaba sendo um sinal de retração também por parte do consumidor", explica o executivo. "Nossa segunda preocupação está atrelada a questão do dólar. Por sermos um brinquedo importado, nós estamos o tempo todo dependendo do dólar", acrescenta Robério Esteves.

No ano passado, a valorização da moeda obrigou a empresa a ajustar seus preços. "Fizemos um reajuste em agosto de 2013, mas repassamos apenas metade da alta do dólar. Do avanço de 15% registrado pela moeda, com picos de até 25%, repassamos apenas 7%", completa o executivo da Lego no Brasil.

O mercado nacional de brinquedos cresceu 12% no ano passado ante 2012, somando R$ 4,45 bilhões. No varejo, o montante chegou a R$ 8,4 bilhões, de acordo com informações oficiais da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). Para este ano, a entidade projeta um aumento de 10% na receita, totalizando R$ 5,25 bilhões.

Transição

Em 2014, a Lego do Brasil também contará com uma importante mudança. A partir do meio do ano, o mercado nacional passa a ser abastecido pela fábrica da companhia situada no México. Até esse momento, as peças vendidas no país vinham da unidade da Dinamarca. "A fábrica do México estava capacitada para atender o mercado dos Estados Unidos e do Canadá. Agora, reprogramada, ela tem condição de nos atender também", explica.

A mudança deve, segundo Esteves, diminuir o tempo de entrega dos brinquedos. "Existe uma vantagem logística, pois o processo de entrega será facilitado. Não sei estimar o ganho em número de dias, mas certamente haverá uma redução", afirma. Ainda de acordo com o executivo, apesar de produzidas no México, as peças virão do Centro de Distribuição da Lego Estados Unidos.

No ano passado, as vendas globais da Lego atingiram US$ 4,7 bilhões ante US$ 4,1 bilhões em 2012. De acordo com a multinacional, esse avanço manteve a marca na segunda posição entre os maiores fabricantes de brinquedos do mundo.



Veículo: DCI


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