SIG Combibloc acelera planos no país

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A fabricante de embalagens cartonadas assépticas (longa vida) SIG Combibloc, que integra o grupo neozelandês Rank, antecipou em dois anos seu planejamento estratégico para o Brasil. Em abril deste ano, a empresa já terá no país um complexo industrial com o porte que seria alcançado somente em 2016, quando encerraria o pacote de investimentos - já todo executados -, de R$ 360 milhões.

E os próximos passos para sua operação industrial no Estado do Paraná já começaram a ser discutidos, disse ao Valor o diretor-geral da empresa para a América do Sul, Ricardo Rodriguez. Isso significa que a empresa já avalia uma possível segunda onda de crescimento.

Ao mesmo tempo, a empresa se prepara para colher novos frutos de sua aposta em produtos inovadores, com o lançamento no país de uma embalagem própria para bebidas, como lácteos, sucos e néctares, com até 10% de pedaços - de frutas, cereais, entre outros ingredientes sólidos. A novidade deve impulsionar os negócios da operação local da SIG, que no ano passado registrou faturamento global de € 1,68 bilhão. A empresa não divulga dados financeiros regionais, mas informa que tanto as vendas em volume quanto o faturamento no Brasil saltaram 42% em 2013. "É uma operação relevante", afirmou.

Nos próximos dias, começam a ser vendidas no mercado brasileiro as primeiras unidades de uma bebida achocolatada com raspas de coco (há ainda uma versão de chocolate e morango tropical com raspas de coco) da Laticínios Latco, em caixas longa vida de 250 ml, e canudinho apropriado para o consumo de alimentos em pequenos pedaços. A aposta da SIG é a de que o produto (bebida mais embalagem) marque uma nova fase para as caixinhas longa vida no país, com foco em novas aplicações, e inaugure uma nova categoria no mercado brasileiro.

O lançamento da bebida, contou Rodriguez, é resultado de pelo menos um ano de pesquisas no Brasil e da parceria com a Latco. A tecnologia foi desenvolvida, originalmente, pela SIG na China, mas as aplicações - tipos de bebidas que podem ser envasadas - foram pesquisadas posteriormente na Alemanha.

"A Latco é nosso primeiro cliente no Brasil, mas pelo menos cinco outras empresas já estão em fase de estudos avançados", disse Rodriguez. Hoje, esse sistema de embalagem já está disponível em seis países e desde sua introdução, em 2007 na China, foram vendidas 5 bilhões de unidades dentro desse conceito.

Conforme o executivo, o novo produto pode ampliar a presença da SIG na carteira atual de clientes, que compreende cerca de 30 nomes. "Mas também há possibilidade de atrair outras grandes indústrias, que ainda não são clientes", afirmou. Em termos de mercado, hoje, no Brasil, são comercializadas 2,4 bilhões de embalagens por ano de leite com sabor (flavorizado), um dos alvos da SIG, e das 14 bilhões de caixas longa vida consumidas anualmente, 60% têm capacidade para 1 litro.

O lançamento de produtos inovadores é um dos motores de crescimento da SIG no país, que, até 2011, quando inaugurou a fábrica de Campo Largo (PR), importava 100% das embalagens vendidas no mercado brasileiro.

O desafio, contudo, não é pequeno: a Tetra Pak, principal concorrente da empresa no Brasil e no mundo, produz por aqui mais de 13 bilhões de unidades por ano - para 2014, a previsão é a de 13,5 bilhões de unidades produzidas. Já a SIG projeta uma produção "acima" de 2 bilhões de unidades para este ano.

Até o fim de 2015, de acordo com Rodriguez, a expectativa da empresa é alcançar taxa de ocupação de 100% da capacidade instalada no Paraná, de 3 bilhões de unidades anuais - o triplo do volume inicial no país. Antes disso, no próximo mês, a empresa colocará em operação uma unidade de laminação, que terá capacidade de atender integralmente a fábrica de embalagens. Com isso, praticamente toda a matéria-prima usada em suas embalagens terá produção local. "Ainda importamos o laminado branco da Alemanha. Com a linha de laminação, nossa matéria-prima será majoritariamente nacional", disse.

Além do investimento para implantação da fábrica e expansões, a SIG aportou outros R$ 360 milhões na operação brasileira referentes às linhas de envase instaladas em clientes locais. Essas linhas podem ser ajustadas ao processamento e envase de bebidas com pedaços por meio do acréscimo de um kit, batizado "drinksplus".



Veículo: Valor Econômico


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