Empresas de alimentos e bebida anunciam aporte de R$ 500 milhões no estado

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Ferrero Rocher vai investigar R$ 200 mi na fábrica de poços e Coca-Cola está para concluir fábrica de mais de R$ 258 mi em Itabirito


Minas Gerais se confirma como polo de atração de investimentos no setor de alimentos e bebida. Apenas nessa quarta-feira, duas grandes empresas anunciaram e confirmaram aportes que somam quase R$ 500 milhões no estado. Confiante no crescimento da demanda brasileira de chocolates e doces, o grupo italiano Ferrero, fabricante no Brasil das marcas Ferrero Rocher, Rafaello, Nuttela, Kinder e Tic Tac, formalizou ontem com o governo de Minas Gerais investimentos de R$ 200 milhões na fábrica de Poços de Caldas, no Sul do estado.

E a Coca-Cola Femsa confirmou que sua nova fábrica em construção no distrito industrial de Itabirito, na Região Central do estado, começa a funcionar no terceiro trimestre. Ontem durante visita do governador Antonio Anastasia às obras que reúnem aportes da ordem de US$ 258 milhões, a empresa junto com a Fundação Coca-Cola Femsa Brasil anunciou nova injeção de recursos na ordem de R$ 800 mil, agora no Norte de Minas. O aporte é parte de projeto social da empresa que investe em plantas potalizadoras, tecnologia capaz de purificar a água tornando o produto próprio para o consumo humano. Ao todo, o projeto iniciado em 2012 soma repasses de R$ 1,3 milhão.

Demonstração do acirramento da concorrência no setor de chocolates, o aporte da Ferrero Rocher foi anunciado uma semana depois da divulgação da parceria feita pela suiça Lindt com a brasileira CRM, dona da Kopenhagen e da Chocolates Brasil Cacau, envolvendo a abertura de lojas Lindt no país. A Ferrero decidiu dobrar a capacidade de produção da unidade mineira, hoje limitada a 10 mil toneladas por ano, e construir no mesmo parque industrial um grande Centro de Distribuição.

O desafio do grupo italiano, segundo o diretor geral da Ferrero do Brasil e Cone Sul, Carlos Magan, é repetir até 2019 a mesma expansão do negócio conquistada nos últimos cinco anos, quando ela dobrou de tamanho em terras tupiniquins. “Acreditamos no potencial de longo prazo do mercado brasileiro, que continua tão atrativo como quando chegamos aqui”, afirmou o executivo, ao comentar que na última década e meia a tendência no país tem sido de fortalecimento do consumo de chocolates de melhor qualidade, segmento em que a empresa atua. “Isso para nós é muito positivo”, enfatizou.

O projeto de duplicação da fábrica de Poços, já em andamento, prevê o funcionamento em maio do Centro de Distribuição, capaz de atender toda a necessidade de depósitos refrigerados que a empresa vinha nutrindo com o aluguel de vários espaços. A expansão física do parque industrial estará concluída até o fim do ano, para o início das operações com toda a nova capacidade no primeiro trimestre de 2015. Além do aumento do volume produzido das marcas Rocher e Nutella, será introduzida a linha Kinder e parte da produção das balas Tic Tac, que o grupo traz de unidades que ficam fora do Brasil.

Do total dos recursos estimados, R$ 100 milhões serão destinados à compra de equipamentos, sendo metade deles importada, e os outros 50% consistem em obras civis. Carlos Magan anunciou a contratação de 100 funcionários para o quadro fixo da empresa, que, hoje, mantém 1 mil empregos no país, entre o pessoal da fábrica e o da área comercial. Outros 300 postos de trabalho temporários serão abertos para atender ao aquecimento do consumo durante à Páscoa. De acordo com o prefeito de Poços, Eloísio do Carmo Lourenço, a empresa se comprometeu a dar preferência à contratações da mão de obra local.

A duplicação da fábrica foi necessária também para abastecer os mercados em que a Ferrero atua na América do Sul. O investimento na unidade mineira é o maior da Ferrero no Brasil desde a implantação da fábrica em 1994 e reforça a presença das empresas italianas no país, avalia o embaixador da Itália no Brasil, Raffaele Trombetta. São 850 estabelecimentos italianos no país, com 500 mil empregados, sendo 71 empresas e 50 mil funcionários em Minas, com investimento total histórico de 21 bilhões de euros. No ano passado, as inversões foram de 900 milhões de euros.

MUITOS LITROS


Até 2015 a planta da Coca-Cola Femsa em Itabirito terá capacidade anual instalada para produção de 2,1 bilhões de litros de refrigerante, incremento de 47% na capacidade instalada da atual unidade de Belo Horizonte. Eduardo Lacerda, vice-presidente de assuntos corporativos e jurídico da Coca-Cola Femsa Brasil informou que dentro de um ano a fábrica será capaz de suprir a demanda de todo o mercado de Belo Horizonte, que vai se tornar auto-suficiente na produção dos refrigerantes da marca. “A partir da unidade de Itabirito, Minas vai abastecer o estado e parte da região serrana do Rio de Janeiro.” Com a inauguração da nova fábrica, a Coca-Cola vai manter seu atual quadro de 3,5 mil empregos em Minas, sendo que na planta de Itabirito serão 1 mil vagas, preenchidas por mão de obra local e funcionários realocados da própria empresa. A unidade segue padrões de sustentabilidade e deve trazer economia no uso da água e também de energia elétrica.



Veículo: Estado de Minas


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