Rede farmacêutica quer dobrar seu tamanho em cinco anos

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Com o Brasil posicionado entre os sete países mais relevantes em seus negócios globais, a multinacional Novartis tem a meta de dobrar de tamanho no país em cinco anos. Para isso, a matriz na Suíça planeja investimentos de R$ 1,5 bilhão para a unidade brasileira neste ano. Após o remanejamento na área de produtos maduros anunciado ontem, os recursos serão direcionados principalmente para tocar a estratégia de expansão em inovação: ampliar presença em medicamentos biológicos e vacinas, trazer com mais agilidade os produtos desenvolvidos no exterior, além de aprofundar as parcerias com o governo brasileiro.

"Mais de 30% das nossas vendas no Brasil já são representadas por produtos novos, lançados nos últimos anos. A maneira que vemos de alavancar os negócios da empresa aqui é trazendo drogas inovadoras, para doenças ainda não assistidas", disse ao Valor, o presidente da Novartis Brasil, Adib Jacob.

Ontem, a empresa anunciou a transferência de sua fábrica em Taboão da Serra (SP) para a farmacêutica nacional União Química. Pelo acordo, a União Química assume as instalações e ficará responsável pela produção e pelo fornecimento dos medicamentos da Novartis, que se encarregará do armazenamento e da distribuição dos produtos.

Essa unidade tem um portfólio de cerca de 20 produtos, quase todos de prescrição. São medicamentos maduros, como o anti-inflamatório Cataflan e o Diovan (hipertensão). No auge, a fábrica chegou a produzir 20 milhões de caixinhas de medicamentos.

"A planta tem capacidade para produzir mais do que está produzindo hoje. A parceria permitirá que sua capacidade produtiva seja otimizada", explicou Jacob. Segundo ele, a Novartis optou por não ampliar a produção de medicamentos no local por já ter outras unidades fazendo estes produtos ao redor do mundo.

Com faturamento anual de R$ 3 bilhões, a subsidiária atua em seis áreas: farmacêutica, genéricos (com a Sandoz), oftalmologia (com a Alcon), saúde do consumidor, vacinas e saúde animal. A divisão farmacêutica representa cerca de metade dos negócios, sendo que os produtos maduros representam 15% das vendas desta divisão no país. "Não é um desinvestimento. Todos os nossos produtos continuarão sendo produzidos na fábrica", ressaltou o executivo.

Dentre as cinco fábricas da subsidiária, a de Taboão da Serra é a maior em volume de produção até agora. Em Cambé (PR), a empresa produz os genéricos, enquanto em Rezende (RJ) faz insumos para os medicamentos. Em São Paulo tem duas unidades de produtos veterinários e oftalmológicos.

Atualmente, a Novartis está em meio ao processo de construção de uma nova unidade, com foco em biotecnologia, em Jaboatão dos Guararapes (PE), onde está investindo US$ 500 milhões. Com perspectivas de ser concluída ainda neste ano, a fábrica vai produzir em um primeiro momento vacinas para imunização contra a meningite B. Mas, o plano da empresa é que a unidade seja ampliada, para abrigar medicamentos biossimilares e, no futuro, biológicos inovadores. "Mais de US$ 60 bilhões em vendas de biológicos no mundo serão afetadas pela perda de patentes. Este mercado tem um imenso potencial", afirmou.

Segundo Jacob, o braço de genéricos e similares da empresa (a Sandoz) cresce mais de 30% ao ano no Brasil e representa cerca de 20% do faturamento da subsidiária.

Trazer produtos inovadores para o Brasil também está no seu foco estratégico. A previsão é de cinco a oito lançamentos por ano. Muitos destes tratamentos deverão atender a demanda do governo. Hoje, a multinacional tem quatro acordos de Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP), coordenados pelo Ministério da Saúde, que preveem transferência de tecnologia para produzir em laboratório público medicamentos para tratamento de doenças complexas. Mais duas PDPs estão em fase de negociação.

Globalmente, a empresa está iniciando um processo de reestruturaçao, no qual o executivo-chefe da companhia, Joe Jimenez, já sinalizou estar reavaliando a ampla oferta de produtos, caso de vacinas e produtos para saúde, conforme notícias em publicações europeias. Para o Brasil, entretanto, os negócios deverão continuar diversificados. "Não há prioridade de curto prazo para reavaliar as operações no Brasil", disse Jacob.



Veículo: Valor Econômico


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