Fleury registra seu primeiro prejuízo

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O Fleury - que está em negociação com a gestora de private equity Gávea para a venda de uma fatia de 41,2% - registrou prejuízo de R$ 788 mil no quatro trimestre do ano passado. É a primeira vez que a empresa de medicina diagnóstica apura resultado negativo na última linha do balanço desde a sua abertura de capital em 2009. No mesmo período de 2012, a companhia teve lucro de R$ 16,5 milhões.

O prejuízo é reflexo de despesas com a reestruturação, promovida pela companhia desde meados do ano passado, que somaram R$ 15,7 milhões. Em igual período de 2012, essa despesa foi de R$ 1,3 milhão.

Os dois itens de maior relevância foram com rescisão trabalhista e ajustes na operação de hospitais, que totalizaram R$ 9 milhões. Entre outubro e dezembro, o Fleury fechou 25 unidades (de rua e em hospitais) no Rio e demitiu 700 pessoas. As dispensas geraram um custo de R$ 4,4 milhões.

No total, o grupo fechou 29 laboratórios no país, principalmente das bandeiras a+ e Lab's Dor. Porém, levando-se em consideração a metragem total de unidades não houve alterações significativas, uma vez que os laboratórios fechados eram pequenos e foram abertas dois grandes pontos em São Paulo e na Bahia. "Foram fechadas unidades pequenas e sem rentabilidade. No curto prazo, há o custo da reestruturação que é pontual", disse Vivien Rosso, presidente do Fleury. "Passamos pela fase mais crítica, o pico da reestruturação. Os reflexos serão mais brandos a partir deste semestre", complementou a executiva.

A receita líquida da companhia cresceu só 3,7% para R$ 399 milhões no último trimestre. Um dos motivos foi o cancelamento do contrato com a Unimed-Rio, que representava de 4% a 5% da receita bruta do grupo. Segundo Vivien, o contrato com a cooperativa médica carioca era deficitário. Com as renegociações com as demais operadoras de planos de saúde, o Fleury conseguiu um aumento de 13,2% no tíquete médio dos exames. "A marca Fleury e outras bandeiras regionais tiveram crescimento de 15%", disse Vivien.

A reestruturação contempla a expansão da bandeira Fleury nos próximos 18 meses em detrimento de marcas regionais como a+ e Lab's. Neste ano, a empresa planeja investir R$ 221 milhões, o que representa um aumento de 49% em relação ao montante aplicado em 2013. Os recursos serão destinados à abertura, expansão ou modernização de seis unidades, além de novas plataforma tecnológicas.

O primeiro prejuízo da companhia chega em um momento em que o Fleury negocia a venda do seu controle e ao mesmo tempo enfrenta um cenário complexo. Nos últimos anos, o grupo fez várias aquisições de laboratórios voltados para a classe média, mas teve dificuldades em gerenciar um negócio com margens tão apertadas e agora retorna ao segmento premium. Mas, esse nicho também vem sendo abocanhado por hospitais de ponta como Albert Einstein e Sírio-Libanês.



Veículo: Valor Econômico


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