Florianópolis lucra com cesta básica

Leia em 2min

Valor do conjunto de alimentos sobe a R$ 330,75 na Capital catarinense

Ficou bem mais caro comer em Florianópolis. A capital catarinense registrou em fevereiro o maior valor para a cesta básica, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

No mês passado, seis dos 13 alimentos que compõem a cesta básica registraram alta em relação ao mês anterior na capital catarinense. Com isso, o valor do conjunto de alimentos essenciais subiu de R$ 322,12, em janeiro, para R$ 330,75 em fevereiro – um aumento de 2,49%.

De acordo com analistas de safras e mercados do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de SC (Cepa/Epagri), o calor intenso que atingiu parte do país entre janeiro e fevereiro prejudicou pastos e plantações, provocando escassez de produtos no mercado e, consequentemente, a alta de preços.

Tomate puxa a alta de preços dos alimentos


O tomate foi o principal vilão da cesta básica em Florianópolis, com aumento de 22,14% no varejo. Francisco Heiden, analista do Cepa/Epagri, explica que no verão, tradicionalmente, a oferta do fruto é menor, porém a seca acelerou o processo de maturação do tomate, ocasionando a falta do produto nas gôndolas. O mesmo ocorreu com a banana, segundo o analista Luiz Marcelino Vieira, do Cepa/Epagri.

Ele conta que o calor excessivo aliado à falta de chuva no Estado prejudicou a safra da fruta, adiantando seu ciclo em 15 dias.

A carne bovina, produto de maior peso na composição do valor da cesta básica, também ficou mais cara em 10 das 18 capitais pesquisadas pelo Dieese. Florianópolis registrou o maior aumento, com variação de 2,25% em relação a janeiro e 15,07%, na comparação anual. Mais uma vez, as altas temperaturas – aliadas ao crescimento das exportações de carne – diminuíram a oferta interna, resultando na elevação do valor do bem.

– A seca histórica no Centro-Sul do país fez o capim sumir. Sem capim para comer, o boi não vai para abatedouro e o pecuarista tem uma oferta menor carne – destaca o analista Reney Dorow, do Cepa/Epagri.

Ele lembra ainda que, tradicionalmente, Florianópolis é uma das capitais mais caras do país. Segundo os cálculos do Dieese, o salário mínimo necessário para fevereiro no Brasil seria de R$ 2.778,63, ou seja, 3,84 vezes o mínimo vigente (R$ 724,00).



Veículo: Diário Catarinense


Veja também

Cesta básica tem mudança de preços em BH e outras oito capitais em fevereiro, diz Dieese

Dados divulgados nesta terça-feira revelaram ainda que nove regiões metropolitanas registraram aumento no ...

Veja mais
Setores têxtil e de calçados têm mudança de participação

As barreiras comerciais adotadas pela Argentina nos últimos anos têm produzindo forte impacto nas exporta&c...

Veja mais
Cesta básica sobe em 9 capitais em fevereiro, diz Dieese

Enquanto nove capitais apresentaram elevação nos preços da cesta básica em fevereiro em rela...

Veja mais
Fusão vai deixar mercado de banana nas mãos de americanos e irlandeses

Negócio entre Chiquita Brands e Fyffes, avaliado em US$ 1,1 bi, criará a líder mundial no mercado d...

Veja mais
Indústria de higiene e beleza mantêm otimismo no ano

O crescimento de apenas 3% na receita, descontada a inflação, após uma sequência de 17 anos c...

Veja mais
Farmacêuticas vão à caça de novos remédios

Três semanas após começar a trabalhar na Johnson & Johnson (J&J), Peter Lebowitz assumiu sua...

Veja mais
Venda de papéis cresce 0,2% em janeiro, diz Bracelpa

As vendas domésticas de papéis produzidos pela indústria brasileira movimentaram 463 mil toneladas ...

Veja mais
Argentina Andreani amplia presença no Brasil e prepara a oitava unidade

No mundo dos negócios, é comum comentar que momentos de crise abrem portas a novas oportunidades. O profun...

Veja mais
Blumenau importa trufas da França

A recém-criada Alsace Food Excelence, de Blumenau, já está importando e distribuindo alimentos da F...

Veja mais