Setor de artigos para a casa aposta em melhora para 2014

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Depois de comprar a casa e os bens duráveis, os brasileiros devem começar a comprar o enxoval para a casa nova. A expectativa positiva dá um novo ânimo para a indústria brasileira de produtos têxteis para o lar, que já espera melhorar os níveis de produção neste ano, mesmo diante de um cenário macroeconômico difícil. Apesar de não ser um aumento robusto, o crescimento do setor de cama, mesa e banho (que movimenta R$ 8,5 bilhões) deve girar em torno de 0,5% na produção, conforme levantamento do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi).

Mais otimistas, as empresas, porém, trabalham com uma taxa em torno de 10%. Em 2013, a produção cresceu 3,9%, somando 966 milhões de peças, de acordo com dados do Iemi. Neste ano, o volume pode atingir 972 milhões de peças. Em contrapartida, as exportações podem recuar 12,4%, enquanto as importações cresceriam 7,3%.

"Com a taxa de câmbio mais equilibrada, a pressão diminui e as empresas conseguem respirar. Nos últimos dois anos, houve um processo de recuperação e agora elas precisam voltar a crescer. A tempestade passou, mas não dá para afirmar que os 'ventos estão a favor'. O momento vivido agora é de calmaria após uma grande tempestade", explica o diretor do Iemi, Marcelo Prado, ao DCI.

O analista ressaltou que, apesar de negativa, a projeção de queda nas exportações pode mudar ao longo do ano, pois o câmbio pode favorecer as vendas do setor. "Acreditamos que o percentual de exportação pode ser melhor no fim deste ano, se o câmbio se consolidar, e as grandes marcas podem reconquistar parte do mercado externo perdido", diz.

Segundo Prado, o mesmo se aplica a projeção de produção. Hoje, as grandes marcas são responsáveis por boa parte do crescimento do setor, enquanto as pequenas e micro empresas enfrentam muitas dificuldades para retomar a sua produção.

Diante deste cenário, a Cozy, marca do grupo Trisoft, projeta um crescimento de 15% na linha de produção e nas vendas neste ano. A ampliação do seu portfólio é a principal aposta da empresa. "Em 2013, nós investimentos na atualização das máquinas, pois diante das atuais condições estruturais do Brasil, é necessário inovar para manter as vendas aquecidas", diz o gerente comercial da área de confeccionados, Jeff Aboulafia. Taxas otimistas também podem ser observadas na Lepper. A marca aposta em um crescimento acima de 10% na produção em 2014. "Trata-se de uma projeção realista. Encaramos este ano com um relativo conservadorismo, por conta dos eventos que acontecerão, como a Copa e as Eleições. Eles dividirão a atenção dos consumidores", diz o diretor comercial, Ênio Kohler.

Em 2013, a empresa cortou custos para elevar suas margens. Na reestruturação, diminuiu o número de gerentes comerciais de sete para três, assim como a quantidade de marcas da linha infantil, que passou de 22 para 13. Agora, a companhia aposta na ampliação das vendas através do acesso aos principais mercados do País. "Queremos organizar de forma regional showrooms para mostrar nossos itens. O projeto começa no segundo semestre e deve elevar as vendas", afirma.

Para a empresa, o Nordeste aparece como um dos principais mercados nos próximos anos. Hoje a região representa 15% das vendas anuais da Lepper, e pode chegar a 20% ainda neste ano.

A Guaratinguetá também crê em resultados melhores em 2014. "O ano passado foi horrível e este ano vamos crescer por conta da nossa dedicação. Lutamos para dobrar as vendas e o inverno deve ajudar", diz a diretora comercial da Guaratinguetá, Elena Bonora. Entre os principais problemas enfrentados pela marca está a concorrência com os produtos importados.

Por outro lado, a Coteminas, dona da Artex e da Santista, enxerga no câmbio mais equilibrado boas chances de ampliar suas exportações. "O ambiente é propício, pois o câmbio no patamar de R$ 2,40 é atrativo. Já temos operações na Argentina, nos EUA e no Canadá", diz o vice-presidente comercial da Coteminas, Mário Sette. No ano passado, a empresa registrou alta de 20% na receita líquida ante 2012. Apesar de não citar as expectativas de produção para 2014, a marca está otimista. "O setor é impulsionado por duas variáveis: renda e construção civil. O ritmo de crescimento da renda caiu um pouco, mas segue subindo e a construção continua bem. Por isso, falamos que o Brasil continua crescendo", diz.

O segmento institucional, destinado para os hotéis, também cresce, beneficiado pela Copa. "A demanda está crescendo, porém, nosso grande mercado continua sendo o de cama, mesa e banho para o lar", diz Sette.



Veículo: DCI


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