Comércio da Capital soma R$ 38 milhões em prejuízos

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Os prejuízos do comércio da capital mineira já somam cerca de R$ 38 milhões com o segundo dia consecutivo de greve dos rodoviários da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). No entanto, as perdas tanto para o varejo quanto para a indústria e o segmento de serviços vão muito além do que deixou de ser faturado nos dias de paralisação, e incluem ainda os custos extras com transporte privado para locomoção dos funcionários e abono legal dos que não conseguiram chegar ao local de trabalho.

Ainda assim, conforme a economista da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Ana Paula Bastos, pelo menos neste primeiro momento os empresários terão que absorver os gastos. "Não tem outra solução. Além de não vender, muitos lojistas terão custos maiores, de maneira a evitar uma pior situação. O que eles precisam fazer é encontrar uma melhor combinação para diminuir as perdas", explica.

Ana Paula também sugere que alguns empresários recorram a promoções. Segundo ela, esta pode ser uma forma de atrair novos clientes e até mesmo desovar alguns produtos encalhados em estoque. A economista lembra a possibilidade que os lojistas têm de pleitear do sindicato dos trabalhadores, perante o Judiciário, a reparação dos danos sofridos. "Para isso, o dano material deve ser comprovado", lembra.

O economista da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas) Gabriel Ivo reitera que a greve afeta todos os segmentos e toda a população. Ele afirma que, no caso do meio empresarial, o dano diz respeito ao aumento dos custos. "O comércio é muito dependente de pessoas circulando nas ruas e a greve afeta diretamente esse movimento. Há também a falta de funcionários que complementa essa perda e aumenta ainda mais os gastos", completa.

Em relação à reparação dos danos, Ivo não acredita ser tão simples de recuperar. "Não bastam um ou dois dias para reverter as perdas. Existe a dificuldade de venda, a dificuldade de compra e o empresário precisa arcar com os prejuízos", alerta.

Já para o economista da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) Osmani Teixeira de Abreu embora as perdas também existam para o setor industrial, o segmento tem a vantagem de os funcionários das grandes empresas não fazerem uso de transporte público com freqüência.

Abreu ressalta que companhias como a Fiat, Vallourec, Suggar, entre outras, disponibilizam transporte coletivo especial para seus funcionários, o que permite amenizar a baixa no quadro de pessoal nessas situações. "Esses motoristas não aderem à greve, porque possuem outro tipo de tratamento e remuneração", justifica.

Por outro lado, ele destaca que indústrias menores ou localizadas em outras regiões da cidade sofrem as conseqüências da paralisação. "Nesses casos, não tem jeito de trabalhar, não tem jeito de produzir e as perdas são inevitáveis", diz.

A estratégia de buscar os funcionários em casa nesse período, na avaliação de Ivo, não é a melhor opção. "Isso sai extremamente caro e é muito complicado. Chega a ser incalculável de maneira global, já que na Grande Belo Horizonte praticamente todo mundo que usa o transporte público para se deslocar, depende de ônibus, porque o metrô não leva a nenhum lugar", conclui.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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