Tender está 23,9% mais barato neste ano

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Preparar a ceia de Natal neste ano pode significar economia para o bolso dos consumidores do Grande ABC. Enquanto a inflação oficial calculada pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) acumula alta de 5,77% em 12 meses, a maior parte dos itens natalinos ficou mais barata ou subiu pouco, o que já é um ganho para os moradores da região.

O preço do quilo do tender (pernil de porco processado e defumado), por exemplo, tradicional da data, está 23,90% menor neste ano – em 2012 era vendido a R$ 41,69 e, agora, sai por R$ 31,72. Isso é o que aponta a pesquisa semanal elaborada pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), que pesquisou o custo dos produtos mais procurados nesta época do ano (veja tabela ao lado).

O quilo de peru temperado também barateou: de R$ 13,88, em 2012, para R$ 13,17 (diferença de 5,16%) neste ano. Segundo o engenheiro agrônomo da Craisa e responsável pelo levantamento, Fábio Vezzá De Benedetto, há algumas hipóteses que justificam a queda dos preços. “Provavelmente a indústria brasileira tem produzido além da margem do consumo do mercado interno, o que faz com que os supermercados vendam a preços menores, até para liberar os estoques. Essa queda nos valores também pode estar diretamente ligada ao menor poder de compra dos clientes por conta do alto endividamento.”

Os preços praticados pelos mercados das sete cidades vão na contramão do valor médio das carnes suínas na Grande São Paulo. Enquanto na região houve deflação de 23,90% no tender, na Região Metropolitana a inflação média dos cortes de carne de porco subiu 5,61% segundo o IPCA.

A carne de frango natalina, chamada de chester, também está com preços mais atrativos. Enquanto o quilo da ave era comercializado a R$ 12,91 em 2012, hoje é encontrado por R$ 12,65 (-2,02%).

Aqueles que preferem fazer churrasco ou preparar outros pratos durante as festas de fim de ano também pagarão menos. O preço do quilo da picanha (embalada a vácuo) está 16,92% menor do que no ano passado, passando de R$ 37,37 para R$ 31,05. “Os cortes bovinos, de forma geral, ficaram mais baratos neste ano. E a peça (picanha) reflete essa tendência neste fim de ano.”

SALGADO - Dentre os itens pesquisados, um chama mais atenção: a ameixa seca com caroço. O valor do quilo da iguaria ficou 76,46% mais caro do que em 2012. Hoje, o item custa R$ 14,10, praticamente o dobro do cobrado no ano passado. Alteração significativa também teve o quilo do bacalhau Zarbo, que custava R$ 16,93 e agora sai por R$ 23,29, ou seja, está 37,55% mais caro. A castanha do Pará com casca, que era encontrada por R$ 14,86, agora é vendida a R$ 20, ou 34,58% a mais.

“A recomendação é que os consumidores pesquisem bastante antes de ‘bater o martelo’. Além disso, investir em frutas de época é uma boa opção, como abacaxi, uva, pêssego e melancia. Isso traz economia e reduz a quantidade de alimentos gordurosos”, sugere o agrônomo. Outros produtos que também subiram, se comparados a 2012, foram as nozes (12,30%), os Panettones Bauducco de 500 gramas (8,02%) e os espumantes (8,46%).

 

Preços dos produtos importados sobem 15%

Produtos importados devem ser banidos das ceias de Natal e de Ano-Novo se o objetivo neste fim de ano for economizar ou gastar menos. Segundo o presidente da Abba (Associação Brasileira dos Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas), Adilson Carvalhal Júnior, o aumento do dólar em relação ao mesmo período do ano passado foi de 15%, o que gera aumento de custo automaticamente sobre a compra de produtos estrangeiros. “Nos vinhos e nas frutas secas se nota um aumento de 8% a 12%, pois esses itens são extremamente sensíveis ao dólar.”

 Por conta disso, segundo Carvalhal Júnior, é prevista uma redução de 5% no volume total de venda de importados neste ano em relação a 2012. Dentre a lista de importados mais consumidos entre Natal e Ano-Novo estão vinho, bacalhau, frutas secas, azeites e conservas. Quanto aos aumentos dos itens fabricados pela indústria nacional, o incremento nos valores se deve aos insumos que estão vinculados ao dólar e também pelo repasse da inflação, avalia o presidente da Abba.



Veículo: Diário do Grande ABC


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