Mondelez vai apostar no Oreo, de novo

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A fabricante americana de alimentos Mondelez (ex- Kraft Foods) faz sua terceira tentativa de lançar o biscoito recheado Oreo no Brasil. As vendas foram retomadas no mês passado. A empresa investiu R$ 72 milhões em uma linha de produção na fábrica de Vitória de Santo Antão, em Pernambuco, onde já faz o biscoito Club Social e os chocolates Lacta e Bis.

Segundo a multinacional, o Oreo é líder global na categoria de biscoitos recheados, com vendas de US$ 2 bilhões ao ano. É uma das principais marcas da Mondelez - que tem o suco em pó Tang, o chiclete Trident e os chocolates Lacta, por exemplo. O faturamento global da companhia foi de US$ 35 bilhões em 2012.

Em setembro, a Mondelez anunciou um plano de reestruturação de sua cadeia de fornecimento para economizar US$ 5,5 bilhões até 2016. A modernização da linha de produção do Oreo estava incluída no projeto. O novo método exige 30% menos capital e reduz os custos operacionais em US$ 10 milhões por linha.

Estas "linhas do futuro", como a empresa classificou, podem ser instaladas em um terço do tempo e oferecem o dobro da capacidade em metade do espaço de modelos antigos. A Mondelez está implementando transformações similares em outras marcas. A empresa também anunciou em setembro que iria aumentar o investimento em países emergentes. A subsidiária não informou se a linha de produção em Pernambuco ou se os investimentos no país fazem parte desse plano.

O Oreo é feito em 20 fábricas no mundo, e é vendido em mais de cem países. A linha de produção no Brasil segue o modelo de uma instalada no Peru. "Dentro da produção de Oreo, [a fábrica de Pernambuco] é das mais modernas que a gente tem. Existe outra destas em Lima, no Peru, instalada em 2012", diz o gerente da marca no Brasil, Flavio Ackel. "Existe um plano de modernização da linha de produção em outros países, seguindo o que temos aqui."

Esta é a terceira tentativa de trazer o Oreo ao Brasil. Em 1995, começou a ser vendido aqui, importado. "Foi lançado sem suporte de comunicação, e ficou sem a força que precisava. Ficou no máximo um ano no mercado", diz Ackel.

Em 2004, passou a ser fabricado em Piracicaba (SP), uma das quatro fábricas da Mondelez - as outras estão em Bauru (SP), Curitiba (PR) e Vitória de Santo Antão (PE). Só que algumas matérias-primas importadas foram substituídas por insumos nacionais, o gosto do biscoito mudou e a empresa descontinuou a linha dois anos depois, em 2006.

No mês passado, o Oreo voltou ao varejo, embasado por campanhas em redes sociais lançadas pela agência Lov. No começo de 2014, a Mondelez deve lançar uma campanha de marketing que inclui anúncios em TV e mídia impressa, criada pela Giovanni+DraftFCB.

Oreo vai disputar um mercado com margens apertadas, vendas pulverizadas, marcas regionais fortes e que cresce apoiado na valorização do produto, não em volume. Fabricantes como M. Dias Branco, líder do setor, Bauducco, PepsiCo e Nestlé vêm apostando, para valorizar seus produtos e elevar preços, em biscoitos no estilo "cookies" (com chocolate), ingredientes que auxiliam o sistema digestivo ou embalagens mais fáceis de se abrir e fechar.

A Associação Nacional das Indústrias de Biscoitos (Anib) tem mais de 50 associados, representa 80% do mercado e estima que as vendas de biscoitos devem encerrar 2013 empatadas em volume com 2012. Mas o faturamento do setor deve crescer entre 8% e 10% devido ao repasse da alta nos custos aos preços ao consumidor. De acordo com Ackel, da Mondelez, os biscoitos doces representam 60% do volume vendido no país.



Veículo: Valor Econômico


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