Venda pela web alavanca mercado de água nos EUA

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O fornecimento de água tem sido uma atividade básica da vida doméstica e profissional nos Estados Unidos há quase um século, datando da década de 20, quando companhias do sul da Califórnia, Texas e Flórida começaram a vender água purificada para clientes insatisfeitos com o fornecimento local de gosto ruim.

Mas nos últimos cinco anos o fornecimento de água engarrafada disparou graças ao avanço das compras pela internet e à demanda crescente dos americanos pela mais básica das bebidas, diz Tim Brown, diretor-presidente da Nestlé Waters North America.

O "delivery" [entrega] é a "nova fronteira", diz Brown, e "isso está relacionado à Amazon", a companhia de comércio eletrônico. Comprar pela internet "é o que as pessoas esperam poder fazer por causa da facilidade e conveniência... Elas dizem: 'Quero comparar os preços'", afirma.

Como os consumidores se acostumaram a comprar de guardanapos a eletrônicos e calçados em sites como Amazon, Zappos e Fresh Direct, as bebidas também acabaram sendo beneficiadas. Metade das ordens de entrega da Nestlé e 70% das novas encomendas são recebidas on-line ou por meio de seu aplicativo móvel. "Se você não estiver no comércio eletrônico, vai perder muitos negócios porque as idas ao supermercado estão em baixa", afirma Brown.

A Nestlé Waters, maior vendedora de água engarrafada dos Estados Unidos em vendas, diz que seu negócio de entregas responde por cerca de 17% das vendas no país, que caminham para chegar a cerca de US$ 4 bilhões neste ano.

Isso é mais que a parcela geral do "delivery" no mercado de água engarrafada, que foi de 12,4% do volume em 2012, segundo a Beverage Marketing Corporation, uma consultoria e firma de pesquisas.

As entregas em domicílio e nos escritórios dos garrafões de 10 e 18 litros - dos tipos usados nos outrora onipresentes bebedouros - diminuíram desde a década de 90, quando a popularidade das garrafas plásticas de uso único decolou, diz Michael Bellas, presidente da Beverage Marketing Corporation.

A Nestlé há muito oferece garrafões, mas está vendo um aumento na demanda pelas caixas de garrafas individuais da parte dos clientes residenciais.

"Nos últimos três anos estamos vendo um crescimento dramático no número de pessoas que querem caixas de garrafas d'água junto com os garrafões de 18 litros, ou no lugar dos garrafões", afirma ele. Os clientes também estão mudando seus pedidos com mais frequência, encomendando caixas com garrafas à medida que vão precisando, em vez de agendarem as entregas.

A água ganha popularidade entre os consumidores americanos, ao mesmo tempo em que a demanda pelos refrigerantes ricos em calorias caiu na última década.

A água engarrafada, que em 2003 era a quarta bebida envasada mais popular nos EUA, este ano subiu para a segunda posição, ficando atrás das bebidas com gás e superando os sucos e o leite. A indústria da água engarrafada registrou vendas de US$ 11,8 bilhões no ano passado, em comparação a US$ 7,9 bilhões em 2002, de acordo com a Beverage Marketing Corporation.

Enquanto os garrafões grandes de muitos litros "são basicamente recipientes substitutos da água de torneira, as garrafinhas de uso único têm uma função dupla: substituem a água de torneira e são uma bebida refrescante" - o termo que o setor geralmente usa para descrever as bebidas flavorizadas ou gaseificadas.

Os americanos estão bebendo mais água em detrimento de todas as demais categorias de bebidas, incluindo as alcoólicas, e principalmente os refrigerantes gaseificados, diz ele.

Um americano bebeu em média 115 litros de água engarrafada este ano, segundo a Beverage Marketing Corporation, em comparação a 75,6 litros dez anos atrás. Nesse mesmo período, o consumo de bebidas gaseificada caiu de quase 194,4 litros por pessoa para 147,6 litros.

Incluindo a água de torneira, a água é a bebida mais consumida, com os adultos optando por ela em 46% das vezes, segundo a firma de pesquisas NPD Group. Entre aqueles com idades que vão dos 13 aos 24 anos, a água é a bebida preferida. "A Geração Y vem crescendo com água" na mesa no lugar de refrigerantes, diz Brown. "Não se trata de uma mudança. É o novo normal."



Veículo: Valor Econômico


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