Segmento de refrigeração deve crescer 8% neste ano

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O mercado nacional de refrigeração deve crescer 8% neste ano, de acordo com estimativa divulgada pela Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), contabilizando um faturamento anual de R$ 29 bilhões.

Segundo o presidente da entidade, Wadi Neaime, o crescimento nas vendas é impulsionado pelo aumento no poder de compra dos brasileiros, pela ampliação e modernização de fábricas e espaços comerciais, além da expansão nas obras de infraestrutura estimuladas pela chegada da Copa do Mundo e das Olimpíadas.

"Acompanhamos uma expansão na construção civil, mais investimentos em infraestrutura e outros aportes mais pontuais na construção de estádios e na modernização do seu entorno, incluindo hotéis", explica Neaime.

De olho no crescimento do setor, algumas fabricantes nacionais como Carrier, Joape e Trane já encontraram novos espaços e oportunidades no âmbito econômico e social para ampliar sua presença no mercado interno.

A multinacional Carrier aproveitou a chegada de grandes eventos esportivos ao Brasil para firmar novos negócios. A marca foi escolhida para promover a climatização de nove dos 12 estádios que receberão jogos da Copa do Mundo de 2014. Entre as unidades climatizadas pela Carrier estão a Arena Corinthians, palco de abertura da competição, e o Maracanã, que receberá a partida final da Copa.

"Cada um dos estádios atendidos demandou um tipo de climatização. Na Arena Corinthians, todos os espaços foram equipados. Ao todo, mais de 10 mil toneladas de aparelhos foram destinadas à esses empreendimentos", diz o diretor comercial da Carrier, Marcos Torrado.

Neste ano, o faturamento da marca deve crescer 10% em comparação com o ano passado, aumento impulsionado pelos contratos firmados com os estádios e pela movimentação observada na área comercial e residencial.

"A demanda interna por produtos de refrigeração começou a crescer no final de 2012, e deve se manter no mesmo patamar neste ano. Entre os principais compradores estão a área de hotéis e shoppings", diz Torrado.

Segundo a Abrava, as vendas para a indústria representarão 68% das comercializações em 2013, enquanto o setor de comércio e serviços será responsável por 16% da movimentação.

"Entre os setores com maior demanda estão as indústrias farmacêuticas, os hospitais e os shoppings. Nestes locais, os aparelhos instalados também precisam filtrar o ar e elevar a eficiência energética", afirma Neaime.

Pensando nisso, a multinacional norte-americana Trane, vem investindo no lançamento de novos aparelhos de ar condicionado que, além de baixar a temperatura ambiente em até 20° C, também colaboram com a economia de energia. "Observamos um aumento na demanda por esses produtos em prédios que estão sendo modernizados, principalmente, no Eixo Rio-SP. Por outro lado, a demanda no Nordeste também cresce, mas impulsionada pelas novas construções", diz o diretor comercial e de produtos aplicados da Trane para América Latina, Manoel Gameiro.

Segundo o executivo, os modelos vendidos pela Trane são capazes de economizar até 20% de energia, o que fortalece sua procura por parte dos shoppings. Em agosto, a companhia lançou duas linhas de ar condicionados premium destinados para indústrias especializadas - como a têxtil e a de alimentos - e data centers.

Em 2012, o Grupo Ingersoll Rand, dono da marca Trane, faturou US$ 14 bilhões globalmente, incluindo o Brasil como importante mercado para a empresa.

Alta do dólar


O mercado de refrigeração segue tão aquecido que até a alta do dólar vem impulsionando as vendas de empresas como a Joape. Fabricante de climatizadores para uso comercial, industrial e residencial, a companhia brasileira reviu seus projetos de exportação, após a valorização da moeda.

"No início do ano, calculamos um crescimento entre 30% a 35% nas exportações. Com a alta do dólar e a inserção em novos mercados, ampliamos essa porcentagem para mais de 40%", diz o gerente de comércio exterior da Joape, Lucas Pohlmann.

Presente em diversos países do continente americano, a empresa também já alça voo para mercados maiores como França e Portugal. Para competir com os chineses, a marca resolveu oferecer descontos de até 15% no preço final. Segundo Pohlmann, neste ano as exportações representarão 10% do faturamento da Joape.



Veículo: DCI


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