Contratos de opções para o grão serão anunciados ao longo da 1ª semana de setembro.

Os leilões de contratos de opções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o café deverão ser anunciados ao longo da primeira semana de setembro, período que antecede a reunião da Organização Internacional do Café (OIC), que será realizado de 9 a 13 de setembro, em Belo Horizonte. O leilão é considerado fundamental para amenizar a crise da cafeicultura brasileira e deverá abranger cerca de 3 milhões de sacas de 60 quilos do produto.

Ao todo serão ofertados contratos para comercialização de 3 milhões de sacas de café, ao preço de R$ 343 por saca, com vencimento em março de 2014. O prazo foi anunciado na sexta-feira, durante reunião do Conselho Deliberativo da Política Cafeeira (CDPC), em Brasília.

De acordo com o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e presidente das comissões de Café da Faemg e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Mesquita, o anúncio é um dos mais esperados pelo setor cafeeiro, que desde 2012 vem trabalhando com preços baixos e custos em elevação.

"Nossa expectativa é que o mercado do café reaja após a realização do leilão. O que também será favorecido pelo crédito disponível através do Banco do Brasil e dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para a pré-comercialização da safra", diz Mesquita.

A necessidade do setor é que os leilões sejam realizados rapidamente, uma vez que a colheita da safra 2013/14 já abrange 81% do volume previsto de 25,8 milhões de sacas de 60 quilos somente em Minas Gerais. No Brasil, de uma safra de 52,9 milhões de sacas, cerca de 86% já foi colhido.

Segundo as informações da CNA, grande parte da safra atual, estimada em torno de 48 milhões de sacas de 60 quilos, foi comercializada pelos produtores a preços inferiores aos custos de produção. "A situação da cafeicultura é crítica e foi agravada pela morosidade do governo em divulgar as medidas de apoio ao setor. O pacote atual é expressivo e acreditamos que o mercado possa reagir", afirmou Mesquita.

Segundo as informações do Conselho Nacional do Café (CNC), a semana foi marcada por relativa estabilidade nas cotações internacionais do arábica e pela valorização do real ante o dólar resultante das medidas anunciadas pelo Banco Central do Brasil, em 21 de agosto. Os investidores continuam pautando as compras com base em um cenário de ampla oferta e maiores perdas somente não ocorreram em função da valorização do real ante o dólar, nesta semana.

No mercado, a saca de café de 60 quilos de café é negociada em torno de R$ 281,96, o que representa uma queda de 1,32% registrada entre 1º e 29 de agosto, segundo o levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).



Veículo: Diário do Comércio - MG