Pisa colabora para qualidade e volume da produção rural

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Dentro de uma filosofia de produção sustentável, o projeto Produção Integrada de Sistemas Agropecuários (Pisa) em Microbacias Hidrográficas vem ajudando os produtores a qualificar suas propriedades. A iniciativa nasceu em 2007 e foi aplicada em todo o Brasil a partir do ano seguinte. O coordenador do Pisa no Rio Grande do Sul e pesquisador da Ufrgs, Paulo César de Faccio Carvalho, detalha que se trata de uma iniciativa do Ministério da Agricultura que propaga vários pilares quanto a boas práticas de manejo, que sustentam essa tecnologia. Entre as ações, estão o plantio direto, a diversificação de culturas e a agricultura de baixo carbono. “Essas medidas são reunidas em um grande pacote tecnológico e aplicadas com o produtor e em microbacias: essa é a origem do Pisa”, explica.

Além do suporte do Ministério da Agricultura, as universidades federais participam com aparato técnico. No caso do Rio Grande do Sul, foi feita uma parceria entre  Sebrae, Farsul e Senar que multiplicou o programa no campo. No começo de agosto, a iniciativa atendia a cerca de 570 produtores rurais gaúchos. Carvalho enfatiza que a metodologia Pisa não é imposta. “É importante que haja uma associação, uma iniciativa local, um tipo de governança que organize a demanda dos produtores para que eles recebam o Pisa.” Isso pode ocorrer, por exemplo, pelas secretarias municipais da Agricultura, pela Emater, pelos sindicatos ou outros, que encaminham a solicitação.

Através do Pisa, o produtor recebe consultorias técnicas que possibilitam a aplicação dos princípios do projeto, dentro de um acompanhamento que é feito, normalmente, mensalmente. O programa tem uma duração de cerca de três anos. Quem realiza os acompanhamentos são agrônomos, zootecnistas, veterinários, engenheiros florestais, biólogos etc. “A diversidade de profissionais existe porque envolve tanto o sistema de produção quanto à minimização de impactos ambientais e outros fatores”, afirma Carvalho.

Com isso, é preciso ter conhecimento de diversas áreas, como de solo, lavoura, gado, suinocultura, milho, fumo, entre outros. De acordo com o pesquisador, o objetivo principal da ação é elevar a segurança alimentar, incrementando a produção e a qualidade e fazendo com que o próprio produtor agregue valor ao seu trabalho. “O Pisa é a única iniciativa, das que conhecemos, que caminha para certificação de processos no que diz respeito à propriedade”, acrescenta. O coordenador do Pisa detalha que quem receberá a certificação não será um produto como o leite ou a carne, é uma propriedade, um sistema de produção. Carvalho acrescenta que essa é a última fase do projeto, que ainda está em andamento. A expectativa é de que até o final do ano essa etapa deva ser concluída. A regulamentação da certificação ficará a cargo do Ministério da Agricultura.

Produtores de leite são maioria no programa

Apesar das regras do Pisa poderem ser empregadas em qualquer cultura, no Rio Grande do Sul mais de 90% dos produtores que adotaram a medida são do setor leiteiro. O coordenador do projeto no Estado, Paulo César de Faccio Carvalho, afirma que o emprego do Pisa, no primeiro ano, diminui o custo de produção de leite em torno de 20%. Além disso, com a melhor utilização dos recursos disponíveis na propriedade, a produção cresce entre 50% e 100%.

O sócio-proprietário da Granja Ortiz Marcos Antônio dos Santos Ortiz é um dos que optaram pelo Pisa e está satisfeito com a decisão. Segundo ele, o programa propiciou a oportunidade de a propriedade traçar objetivos maiores. “Ultrapassamos as metas originais através do conhecimento que foi fornecido”, ressalta. Ortiz  lembra que o Pisa foi introduzido na propriedade, que fica localizada na divisa dos municípios de Pirapó e São Nicolau, no ano de 1998. Atualmente, a produção é cerca de três vezes superior à daquela época. Hoje, a propriedade produz em torno de 1,75 mil litros de leite ao dia, com 70 vacas em lactação.



Veículo: Jornal do Comércio - RS


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