Consumo de flores deve subir 15% e estimular a importação

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A produção de flores no Brasil tem crescido em volume, área e números de produtores, mas ainda assim não deve dar conta do aumento do consumo interno, que promete crescer até 15% neste ano, afirmou ao DCI o diretor executivo da Associação Brasileira do Agronegócio de Flores e Plantas (Abafep), Adonia dos Reis. A consequência deverá ser a manutenção ou aumento das importações de flores, que no ano passado somaram 1,9 mil toneladas e movimentaram US$ 8,4 milhões.

O consumo per capita no Brasil é de R$ 23,02, valor baixo frente a valores internacionais, que superam os R$ 140 per capita.

Mesmo assim, já é o suficiente para que o setor registre um faturamento de R$ 4,5 bilhões, com crescimento médio de 12% ao ano. A promessa de florescimento do consumo nacional tem feito a área cultivada no País crescer 2% ao ano, alcançando hoje 11,8 mil hectares, concentrados principalmente em Holambra (SP).

O aumento da produção cresce a despeito do alto volume de capital necessário para abrir um negócio. Segundo o produtor Maurício Torres, de Andrada (MG), o investimento inicial em uma produção em estufas é de R$ 600 mil, com custo de manutenção de R$ 24 mil por mês. Torres conta que, para garantir a rentabilidade do negócio, tem investido em variedades mais produtivas, como a Vanian, e hoje ele produz cerca de 90 hastes por metro quadrado ao ano.

Necessidade de importação

Apesar de alto, o avanço da produção nacional não garante o abastecimento do mercado interno. As flores importadas representam 4% de todo o consumo, e Colômbia e Equador disputam de forma acirrada esse nicho.

Tradicional exportador de rosas, a Colômbia tem perdido participação dentre as importações brasileiras nos últimos quatro anos. Em 2007, o país fornecia 86% das flores que o Brasil comprava do exterior. No ano passado, a participação colombiana ficou em 49%. Neste tempo, as flores colombianas perderam espaço principalmente para as equatorianas, que possuem características similares, como tamanhos maiores de botão e talho, variedade de cores e durabilidade. "Nossas flores têm ganhado competitividade ante a Colômbia porque chegam a durar mais de 12 dias nas mãos do cliente", afirmou ao DCI o embaixador comercial do Equador, Patricio Benitez. Entre 2007 e 2012, a participação das flores equatorianas dentro das importadas passou de 11% para 49%. Nesse período, o comércio de flores equatorianas ao Brasil cresceu 23 vezes em volume e 25 vezes em dólares.

No último ano, as importações totais movimentaram US$ 6 milhões, alta de 6,3% em um ano. Embora contínuo, o avanço das compras de flores estrangeiras está abaixo do crescimento da demanda interna. Segundo Adonia dos Reis, da Abafep, a defasagem é resultado "principalmente de questões logísticas".

O maior entrave logístico nas importações está na compra de flores do Equador, já que não há voos diretos de carga entre os países. Para realizar a operação, as flores fazem uma triangulação e passam pela Colômbia antes de entrar no Brasil.

Segundo o embaixador comercial do Equador, seu governo está negociando a abertura de voos diretos de carga pela Tame, a operadora aérea estatal do país, para também, futuramente, abrir uma via para garantir a exportação de outros produtos equatorianos, como bananas e outros produtos hortifruti, afirmou.

O diretor da ProEcuador, a agência de promoção de exportações e investimentos do Equador, Daniel Carofiles, citou também as barreiras fitossanitárias como outro entrave brasileiro às importações de flores equatorianas. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) permite a importação de somente quatro tipos de flores, entre elas a rosa, que representa 75% das importações brasileiras. Segundo Carofiles, o Equador pode exportar mais de mil variedades ao País.



Veículo: DCI


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