Com inovação, francesa Maped acirra concorrência no Brasil

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Qual inovação pode ser feita em uma borracha escolar ou um apontador ou uma régua? O que aparentemente parece difícil foi a estratégia adotada pela francesa Maped para se diferenciar e competir com gigantes no mercado mundial e, agora, é a grande aposta da multinacional também no Brasil, onde a empresa promete acirrar ainda mais a competição, assim como faz em outros países. Os planos da multinacional incluem até a instalação de uma fábrica no País, que já está sendo considerado um dos seus melhores mercados em todo o mundo.

"Hoje, a América Latina já responde por 27% dos negócios da Maped no mundo, acima dos 23% registrados pela matriz na França.

Sozinho, o Brasil já representa 6,4% dos negócios da empresa. O que já justifica a implantação de uma planta no País", afirma o diretor geral da Maped, João Luiz de Souza, acrescentando que a decisão deve ser tomada em breve e que a unidade deve entrar em funcionamento em dois anos.

Há 66 anos no mercado mundial, a Maped trava batalha com grandes marcas como a alemã Faber Castell e a conterrânea BIC. Agora a francesa promete esquentar a concorrência com todos eles também no mercado brasileiro de produtos de papelaria, que só neste ano deve movimentar cerca de R$ 6,8 bilhões, o que representa um crescimento de 11% em relação a 2012, de acordo com pesquisa Pyxis

Consumo, ferramenta de dimensionamento de mercado do Ibope Inteligência. O estudo mostra que o consumo per capita desses produtos será, em média de R$ 41,54, ante R$ 37,62 no ano passado. O levantamento indica ainda que, em 2013, a classe C superou a classe B e agora apresenta o maior potencial de consumo, com R$ 2,8 bilhões, o que representa 42% dos gastos.

Globalmente, a Maped fatura 270 milhões de euros e investe algo em torno de 7 milhões em pesquisa e inovação para oferecer cerca de 1,2 mil produtos com algum diferencial, que incluem régua de silicone (que não quebra), borrachas que viram peões e apontadores com depósito de design arrojado. "Já sabemos hoje o que vamos lançar daqui a dois anos, em função de todos os estudos", explica Souza.

Em todos os trabalhos, as cores e o desenho moderno são os grandes trunfos, de acordo com o executivo. "Apostamos nisso porque sabemos que a compra do material escolar é feita pelas mulheres, que dão valor a estética. O que já não acontece tanto no segmento de escritório, onde o preço conta mais. Mas mesmo nesse segmento investimos bastante em um visual moderno", acrescenta o gerente de marketing da Maped, Marcelo Pissato.

Atualmente, a empresa mantém seis fábricas em todo o mundo (França, México, Inglaterra, Alemanha, Argentina e China). Mantém presença em mais de 125 países, contando com 17 subsidiárias. No Brasil, a companhia desembarcou há pouco mais de 10 anos em operação direta e já comercializa mais de 500 itens.

Líder do mercado nacional e uma das maiores no mundo, a alemã Faber Castell não pretende facilitar o caminho da rival francesa. A empresa informa que pretende manter seu ritmo de investimentos no País para continuar competitiva naquele que é considerado seu maior mercado no mundo, onde entrou há 80 anos. Presente em todas as cidades, a Faber possui três fábricas no Brasil, sendo uma em São Carlos (SP), outra em Prata (MG) e Manaus (AM). Na região de Prata, mantém seus parques florestais, com cerca de 9.600 hectares, responsáveis pela produção de 1,9 bilhão de EcoLápis por ano, o que coloca a empresa no topo do segmento. Com mais de 69 mil postos de venda no País, exporta também para mais de 70 países, diz a gerente de Comunicação Corporativa da Faber, Elaine Mandado.

Para a volta às aulas do ano que vem, a multinacional informa que já iniciou no segundo semestre um trabalho intenso junto aos lojistas. "Hoje, há uma forte tendência de consumo de produtos de maior valor agregado e que não agridem o meio-ambiente. O consumidor está preocupado com a qualidade e durabilidade. Além disso, busca produtos ecologicamente corretos e funcionais, aliada ao design", diz Elaine.

O duelo das empresas, no entanto, não poderá ser visto na Feira Internacional de Produtos para Papelarias, Escritórios e Escolas.

O evento - que será realizado de 19 a 22 de agosto, no Anhembi, em São Paulo - serve como prévia do que estará nas lojas na Volta às Aulas de 2014. Ambas traçaram estratégias paralelas. "Além do material escolar, vamos focar a estratégia em material para o segmento Soho (small office-home office) e profissional, por isso optamos por ficar de fora", diz o diretor da Maped. Hoje, a empresa estima (não há muitas pesquisas no setor) que tenha 2% de participação no mercado e espera chegar a 6%. "O segmento é muito pulverizado e há muito produto importado, queremos consolidar nossa posição", diz o diretor. E, para vencer, a Maped tem aliados, como a professora e palestrante, Leila Grillo, que faz oficinas pedagógicas em São Paulo, apresentando os produtos.

"Esperamos continuar crescendo na casa dos dois dígitos no Brasil".



Veículo: DCI


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