Segmento leiteiro carece de investimentos em inovação

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É necessário apostar em produtos funcionais e de maior valor agregado .

O setor lácteo do país poderá ser beneficiado com o Plano Agrícola Pecuário (PAP) 2013/14. Uma das principais medidas que poderá contribuir para a evolução do segmento é Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro). Com isso, os laticínios terão condições de financiamento facilitadas para investir em produtos funcionais e inovadores como os já existentes em outros importantes países produtores.

De acordo com o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e presidente das Comissão de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da Faemg, Rodrigo Alvim, o setor lácteo do país precisa investir na diversificação e modernização dos produtos disponibilizados para o mercado.

"A maioria dos países produtores do mundo inteiro tem investido constantemente na evolução dos produtos, principalmente os funcionais e o Brasil ainda não adotou esta prática. Temos muitos exemplos como um iogurte fabricado no México, que protege o sistema digestivo dos efeitos da pimenta, e uma embalagem de leite na Nova Zelândia que quando agitada esquenta a bebida", diz.

Por meio do Inovagro, o governo criou uma linha de especial de crédito, com juros de 3,5% ao ano e prazo de dez anos para pagamento, com três anos de carência, que ajudará na modernização da atividade leiteira no país.

"A modernização do setor e dos produtos é fundamental para atrair novos grupos de consumidores e criar opções com maior valor agregado, o que gera maior ganho em toda a cadeia. A produção brasileira atual está muito conservadora e concentrada em produtos comuns sem grandes diferenciais", observa.

Outras ações como medidas para combater as fraudes no leite e avaliar o funcionamento dos caminhões isotérmicos também serão desenvolvidas ao longo do ano e poderão contribuir para o ganho na qualidade e segurança da produção.


Grupo - Segundo Alvim, foi criado um grupo de trabalho, com a participação de representantes da indústria do leite, da CNA e do governo federal, com o objetivo de definir medidas eficazes no combate à eventuais fraudes que possam comprometer a qualidade do leite.

O grupo irá analisar questões relacionadas ao transporte do produto, além de buscar a harmonização da legislação específica e avaliar métodos de análises feitas em laboratórios.

"O último registro de fraude na produção leiteira não envolvia nem os produtores nem as indústrias, mas sim o sistema de transporte. Vamos avaliar como evitar esse problema, que poderá ser resolvido com a criação de um cadastro, capacitação e identificação dos transportadores. Esse trabalho é importante para assegurar a qualidade e a segurança alimentar do produto", ressalta Alvim.

Outro tema que irá balizar os serviços dos representantes da cadeia leiteira é o sistema de funcionamento dos caminhões isotérmicos, utilizados no transporte do leite cru.

"Nossa ideia é fazer uma avaliação com base em estudo técnico específico com o objetivo de aumentar a eficiência desse setor.  preciso avaliar se os caminhões, que foram importados, estão aptos a transportarem o leite nas condições brasileiras, que são de altas temperaturas, percurso diário longo, e média de recolhimento menor, já que a maioria dos produtores é de pequeno porte", enfatiza Alvim.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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