Cesta básica tem queda de 4,86% em BH

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Custo nos últimos 12 meses subiu 1,81%, a menor alta entre 17 capitais.

Pelo terceiro mês consecutivo, a cesta básica teve seu custo reduzido em Belo Horizonte, sendo que, em julho, foi observada a queda mais expressiva, de 4,86%. No acumulado dos últimos 12 meses, a capital mineira foi a que registrou o menor aumento, de 1,81%, entre as 17 pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no período. Segundo observa o técnico do escritório regional da entidade, Lúcio Paiva Monteiro, esse recuo reflete a redução de preços de alimentos in natura, sobretudo o do tomate, que caiu 59,17% no período.

Em julho, o custo da cesta alimentar mínima necessária para uma pessoa adulta, em Belo Horizonte, foi de R$ 293,48, o que representou uma fatia de 47,05% do salário mínimo líqüido, de R$ 623,76. Em junho, a participação do custo da cesta básica no salário mínimo era um pouco maior, chegando a 49,45%. " uma notícia boa", considera Monteiro, ressaltando, no entanto, que no acumulado dos últimos 12 meses a variação da cesta básica foi positiva.

Dos 13 itens que compõem a cesta básica, alguns são alimentos in natura, outros são semi-industrializados e industrializados: batata, tomate, banana, arroz, feijão, carne, leite, farinha de trigo, pão de sal, café em pó, açúcar, óleo de soja e manteiga. Destes, os que apresentaram as maiores altas em Belo Horizonte, em julho, em relação a junho, foram a banana (5,84%); o açúcar (3,05%); e o leite (2,43%). Já os produtos que registraram as maiores quedas foram o tomate (40,82%), o feijão (4,75%) e a batata (4%).

Monteiro chama a atenção para o preço da batata que, embora tenha caído em julho, no acumulado dos últimos 12 meses foi o que apresentou uma alta expressiva, de 143,04%, seguido pelo do feijão (30,2%); do arroz (16,67%) da farinha de trigo (16,51%) e do leite (16,09%). Entre os produtos que apresentaram queda em seu preço médio está o tomate, que foi o vilão dos preços em janeiro deste ano, com queda de 59,17% no período, além do açúcar, com recuo de 18,67% e o óleo de soja, com variação negativa de 14,16%.

De acordo com Monteiro, a função dessa pesquisa realizada mensalmente pelo Dieese não é acompanhar as safras agrícolas para formulação de tendências. Mesmo assim, ele arrisca dizer que esses recuos seguem a lei da oferta e da procura, variando conforme a sazonalidade e condições climáticas. O tomate, por exemplo, que apresentou uma grande queda em julho, pode ter o seu preço ligeiramente aumentado nos próximos meses, caso os produtores controlem a oferta. "No momento, está abundante", pontua.

O leite, segundo ele, costuma ter seu preço aumentado nessa época do ano, como se confirmou em julho, com variação mensal de 2,43%. Já o açúcar e o óleo de soja, que apresentaram quedas significativas no acumulado dos últimos 12 meses, registraram altas em julho na comparação com junho, de 3,05% e 1,06%, respectivamente. "São dois itens que têm caído de preços sistematicamente", informou Monteiro, para quem esses recuos podem ser atribuídos a fatores como mudança de comportamento pelo consumidor, e aumento de produção de soja e cana-de-açúcar.


Variáveis - "Não projetamos tendência", ressalta Monteiro, lembrando que são muitas as variáveis que podem interferir nos preços dos itens que compõem a cesta básica, tais como as condições climáticas, distribuição, safra, importações, comportamento do consumidor. Mas, em sua avaliação, há boas possibilidades de o preço da cesta básica se manter estável nos próximos meses. "Mas muita coisa pode acontecer, não temos estudos sobre as safras e comportamento do consumidor", justifica.

Um fator que chamou a atenção do técnico do Dieese em Minas Gerais foi a posição de Belo Horizonte na comparação com as outras 16 capitais pesquisadas no acumulado dos últimos 12 meses. Segundo ele, nesse período, todas elas apresentaram variação positiva, sendo a capital mineira a que apresentou o menor aumento, de 1,81% no período. Em São Paulo, por exemplo, o crescimento foi de 9,37%, enquanto no Rio de Janeiro ficou em 3,46% e em Curitiba, 4,35%.

Quanto à variação mensal, a pesquisa do Dieese, que agora é feita junto a 18 capitais, incluindo Campo Grande, coloca Belo Horizonte na oitava posição, com variação negativa de 4,86%. Esta é a primeira vez, desde maio de 2007, quando 16 capitais eram pesquisadas, que todas registram queda. As retrações mais significativas foram registradas em Brasília (8,86%); Florianópolis (7,61%); Porto Alegre (7,06%) e Goiânia (7%). As menores variações ocorreram em Salvador (0,18%); Vitória (1,55%) e Manaus (1,82%).

Em São Paulo, embora o recuo tenha sido de 3,82%, é a capital cuja cesta básica tem o maior valor, de R$ 327,44, cerca de 10% acima do apurado em Belo Horizonte, que foi de R$ 293,48. Com base no custo apurado para a cesta da capital paulista e na determinação constitucional de que o salário mínimo deve atender às necessidades básicas do trabalhador, o Dieese calcula que o menor salário deveria ser de R$ 2.750,83. Ou seja, 4,06 vezes o mínimo em vigor, de R$ 678,00.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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