Epoch, do Japão, abre filial no país

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A fabricante japonesa de brinquedos Epoch acaba de assumir a importação e a distribuição de seus produtos no Brasil. Para isso, abriu um escritório em São Paulo e há seis meses encerrou o contrato com o distribuidor local. A empresa vende seus produtos no Brasil desde 2010. Agora, a Epoch planeja expandir as vendas para os grandes varejistas do país e chegar a 700 pontos de venda até o fim do ano. Em três anos, a meta é estar em 1,6 mil pontos de venda.

Michihiro Maeda, presidente da Epoch, diz que a nova operação dará mais visibilidade aos produtos da companhia, que antes ficavam escondidos nas prateleiras das lojas. Segundo ele, assumir a distribuição é crucial para trabalhar de maneira mais intensa a negociação com o varejo. A ideia é ampliar a venda da linha Sylvanian Families - bonecos em forma de animais -, a mais popular da companhia, distribuída em 40 países.


A empresa trabalha com quatro tipos de brinquedos no Japão - jogos eletrônicos, de cartas e acessórios para meninas, além dos bonecos em forma de animais -, mas no Brasil comercializa apenas a Sylvanian Families. A linha é produzida na China, onde a Epoch tem duas fábricas.

Apesar dos custos de importação para o mercado brasileiro, Maeda diz que vale a pena manter o sistema de produção na China. O brinquedo chega a custar até 50% mais caro aqui, em razão da carga tributária. Maeda não descarta a possibilidade de, um dia, fabricar no país. "Tudo vai depender do desempenho da marca nos próximos anos", afirma.

Para montar o projeto aqui, a Epoch vai desembolsar R$ 10 milhões nos próximos três anos. A meta é crescer 50% ao ano. Até dezembro, a companhia deve ter 21 funcionários no país, incluindo equipe de vendedores. A logística será terceirizada.

A filial brasileira vai apostar no formato mais barato da linha: embalagens com menos matéria-prima, de papelão a plástico, e em versões mais simples (três bonecos, por exemplo, em vez de caixa maior, com cinco). "Este é o nosso formato de baixo custo, que usamos nos países em desenvolvimento. No Japão, o consumidor prefere o formato mais caro", diz Maeda. O site do Walmart vende brinquedos da linha Sylvanian Families a partir de R$ 20.

A Epoch registrou faturamento global de US$ 250 milhões em 2011. O Brasil corresponde a apenas "1% ou 2% do faturamento", segundo Maeda. O principal mercado do grupo é o Reino Unido. Lá, a Epoch já tem filial, assim como na França, nos Estados Unidos, na Rússia, China e Cingapura.

Maeda diz que o setor de brinquedos no Japão está estabilizado. A categoria enfrentou concorrência pesada e perda de mercado durante os anos 80, com o boom dos videogames. "Agora, as crianças já crescem com tablets e smartphones, e a tecnologia não é novidade. Elas se voltam para os brinquedos tradicionais."

No Brasil, o setor de brinquedos faturou R$ 3,87 bilhões em 2012, aumento de 12% em relação ao ano anterior, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). A produção nacional representou 52% desse montante, e os restante (R$ 1,86 bilhão) foi de brinquedos importados. A estimativa da Abrinq é que o faturamento avance 11% em 2013.



Veículo: Valor Econômico


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