Trigo ganha competitividade, diz Cepea

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O trigo voltou a ser competitivo em relação ao milho nos últimos meses em importantes praças do Sul do país, de acordo com cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), e, consequentemente, sua produção poderá ser maior que a inicialmente prevista na região na temporada de inverno desta safra 2012/13.

Levando em conta os custos médios dos insumos utilizados nas lavouras e as médias de preços dos cereais nos meses de novembro, dezembro e janeiro, o Cepea constatou vantagens do trigo em relação ao milho safrinha tanto em áreas em "disputa" entre esses cultivos tanto no norte do Paraná quanto em Passo Fundo, no norte do Rio Grande do Sul.

No norte paranaense, onde a produtividade média considerada para o trigo foi de 41,32 sacas de 60 quilos por hectare, o custo operacional, incluindo todos os desembolsos da safra, foi calculado em R$ 25,89 por saca, o que proporcionaria uma rentabilidade de 38,5%, conforme o Cepea.

Para o milho safrinha semeado na mesma área, o Cepea estimou a produtividade média em R$ 74,38 sacas de 60 quilos por hectare e o custo operacional, em R$ 22,71 por saca, e a equação resultou em rentabilidade de 15,3%.

No quadro de Passo Fundo, a situação é parecida. Com uma produtividade média calculada em 52 sacas por hectare e custo operacional de R$ 26,57, a rentabilidade do trigo chegaria a 17,3% e também deixaria a do "rival" para trás.

Computados os custos totais, incluindo terras, o Cepea informou que "o cultivo de trigo em Passo Fundo geraria receita praticamente igual ao custo, com rentabilidade praticamente nula. No norte do Paraná, no entanto, a rentabilidade do trigo seria positiva em quase 23%, enquanto a do milho se limitaria a 5%".

Em comunicado, o centro de estudos da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" afirmou que seus pesquisadores preveem que o trigo vai se manter vantajoso em relação ao milho safrinha apesar da decisão do governo federal de facilitar suas importações.

Para isso, foi suspensa no início deste mês a Tarifa Externa Comum (TEC) de 10% para a importação de 1 milhão de toneladas do cereal de fora do Mercosul para desembarque entre 1º de abril e 31 de julho.

Em larga medida, a decisão foi tomada para compensar a menor disponibilidade de trigo da Argentina, tradicional fornecedor do Brasil nesse mercado e que tende a produzir menos este ano.

Nas estimativas de safra que divulgou no início deste mês, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projetou a produção brasileira de trigo em 4,3 milhões de toneladas em 2012/13, quase 26% menos que em 2011/12.

As importações do produto, por sua vez, foram previstas em 7 milhões de toneladas, praticamente 1 milhão de toneladas a mais em igual comparação e maior volume das últimas safras.

Para a segunda safra de milho, a Conab previu a produção brasileira em 2012/13 em 40,9 milhões de toneladas, 4,6% mais que em 2011/12 e volume superior ao previsto para a temporada de verão, que está sendo colhida - colaborando para a queda dos preços em janeiro e favorecendo o trigo - e deverá render 35,1 milhões de toneladas.



Veículo: Valor Econômico


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