O Carnaval ainda nem começou, mas o comércio já se prepara para as vendas de outro período bastante lucrativo, e que será comemorado no final do mês de março: a Páscoa. A diferença, porém, é com relação ao otimismo. As empresas que produzem chocolates - e têm produtos em lojas próprias ou franqueadas - preveem vendas acima de dois dígitos, como a Cacau Show, por exemplo, que estima incremento de até 30% na data. Já os grandes fornecedores do setor (a indústria, propriamente dita), têm uma postura mais cautelosa e esperam manutenção dos negócios, em relação a igual período de movimentação em 2012, com crescimentos mais discretos.

No caso da Cacau Show, que ampliou a produção para o período de Páscoa este ano entre 29% e 30%, a previsão é de que o mesmo percentual de vendas seja alcançado, como afirmou ao DCI Leonardo Augusto Dal Farra, Gerente de Grupos de Produtos da marca. "Estamos com cerca de 5,4 mil toneladas para as vendas de Páscoa. Além disso, investiremos cerca de 20% a mais este ano em marketing para o período", comentou.

Com 1.300 lojas em operação, a rede aponta entre alguns dos desafios para 2013 questões como a logística e as novidades no mix: "Temos franqueados em Parintins (AM), que demoram três dias para receber os produtos, pois são transportados por meio de balsas frigorificadas", ressaltou.

Ainda no ramo de franquias de doces, o Grupo CRM, detentor das marcas Kopenhagen e Chocolates Brasil Cacau, também está otimista e terá uma produção 59% superior a igual período do ano passado, nesta época festiva. A butique de chocolates Kopenhagen, aliás, comemora 85 anos de atuação e aposta em diversos lançamentos, ao apresentar ao público novos formatos de seus clássicos de vendas.

Enquanto isso, o novo braço do grupo (criado há cerca de quatro anos) ganha mais atenção na mídia - a rede Chocolates Brasil Cacau. A marca está com campanha publicitária forte, e é uma das patrocinadoras do Big Brother Brasil (BBB), programa veiculado pela TV Globo, de acordo com Renata Moraes Vichi, vice-presidente executiva no Grupo CRM.

A rede Brasil Cacau, aliás, deve chegar à Páscoa com mais de 230 lojas abertas e a perspectiva é alcançar 400 unidades em operação até o final de 2013.

Supermercados

O setor supermercadista é o maior canal de vendas para a indústria de chocolates, e também é um dos mais animados com o período, afinal a Páscoa é a segunda maior data para o segmento - perde apenas para o Natal.

Conforme o gerente de Economia da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Rodrigo Mariano, a previsão é que determinados nichos de produtos tenham um desempenho mais expressivo para a Páscoa, como a venda de bolos pascais trufados. "São itens que antes não tinham tanta representatividade no mix de supermercados. Assim, a tendência é de crescimento de 25% a 30% nas vendas este ano. Para áreas como bebidas, vinhos e pescados em geral, inclusive bacalhau, temos a perspectiva de um incremento de 10%, em relação a 2012", pontuou o gerente.

Na categoria de chocolates, a perspectiva é de aumento de 15% no volume de vendas este ano.

Com meta de vender no período de 10% a 15% a mais do que no ano passado, a Rede Covabra de Supermercados diz já ter começado a abastecer as suas gôndolas. Com onze lojas, e presente em sete cidades do interior paulista (Campinas, Capivari, Itatiba, Leme, Limeira, Pirassununga e Rio Claro), a empresa acredita que o calendário deste ano poderá ajudar, apesar de empresas da indústria estarem falando que poderá haver até retração de mercado, pela Páscoa de 2013 ser comemorada no dia 31 de março. "O calendário reflete muito nas vendas, mas acreditamos que, ao contrário, por ser um feriado que acontecerá no final do mês, as pessoas não devem gastar tanto com viagens. Assim, devem focar mais em presentes e produtos", argumentou Vilma Rodrigues, gerente de Compras da Rede Covabra.

Indústria de chocolate

Em 2012, o setor de chocolates produziu 18 mil toneladas, o equivalente a 80 milhões de ovos de Páscoa. Foram exportadas 30 mil toneladas de chocolates, anunciou Ubiracy Fonseca, vice-presidente do setor de chocolate da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab). A entidade estima a manutenção desses números este ano, e prefere manter o conservadorismo quanto ao tamanho da produção do setor para esta Páscoa, apesar de estar otimista. "Certamente vamos ter algum crescimento, mas preferimos manter o conservadorismo".


Veículo: DCI