Filizola quer 40% do mercado de balanças comerciais

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Depois de sair de um processo de recuperação judicial, a centenária fabricante brasileira de balanças Filizola já faz planos para ampliar sua participação de mercado. A meta é abocanhar uma fatia de 40% no setor de balanças comerciais no Brasil, segmento que vai desde aqueles pequenos equipamentos usados em padarias e mercados até os modelos voltados para rodovias e portos. Para isso, a companhia está em busca de investidores, segundo o gerente de vendas industriais, José Eduardo Paes. "Pretendemos atingir nossa meta de market share em cinco anos", afirma o executivo. Para 2013, a empresa espera aumentar o seu faturamento em mais de 60%, chegando a R$ 65 milhões.

Da dívida da companhia, estimada em R$ 28 milhões, cerca de R$ 10 milhões são de débitos negociados com fornecedores. Segundo a Filizola, o processo de recuperação judicial terminou no final do mês de dezembro e o pagamento deve ser feito em até sete anos. "Agora as restrições vão acabar", diz Paes. O executivo se refere ao crédito no mercado que a empresa necessita para tocar a sua produção. De acordo com a empresa, com o plano aprovado, o objetivo é conseguir linhas de financiamentos em torno de R$ 7 milhões para retomar o seu ritmo operacional.

Apesar deste problema, Paes afirma que a Filizola fechou o ano de 2012 no azul, totalizando R$ 40 milhões de receita. Segundo o gerente de vendas da empresa, no ano passado houve uma desaceleração maior no segmento de balanças leves, que registrou uma queda em torno de 10% e, em balanças pesadas - para rodovias, portos, aeroportos - ocorreu um declínio menor, de 3%.

Até novembro, de acordo com Paes, a companhia produziu cerca de 2,4 mil balanças e a expectativa é que, em 2013, o volume de produção cresça em torno de 15%. "Estou sendo bem conservador", destaca o executivo. Isso porque Paes acredita que a demanda estará mais aquecida neste ano, devido às perspectivas de modernização do parque instalado (substituição de balanças antigas), crescimento das vendas e também a ampliação do market share. "Nós vamos tomar mercado de outros players", garante.

A briga, entretanto, não será fácil uma vez que a empresa tem pela frente uma concorrente de peso, como a Toledo, que unificou suas plantas em São Bernardo do Campo (SP) e faturou, em 2011, R$ 280 milhões.

Os executivos da Filizola garantem que vão disputar palmo a palmo o mercado, especialmente após o anúncio de investimentos do governo em infraestrutura e logística, que deve contribuir para ampliar a demanda no segmento de balanças pesadas, utilizadas amplamente em rodovias, aeroportos, portos e terminais graneleiros.

"Nosso esforço, agora, será nos concentrar no segmento industrial, onde a empresa ainda pode crescer muito. Queremos atuar fortemente em mercados como de infraestrutura e da indústria alimentícia", diz Paes. Recentemente, a Filizola fechou um contrato para fornecer 14 balanças rodoviárias à empreiteira Andrade Gutierrez, responsável pelas obras do Brasil Terminal Portuário (BTP). Localizado no bairro da Alemoa, em Santos (SP), o terminal é considerado um dos mais modernos do Brasil. De acordo com Paes, este é o maior fornecimento do gênero, no País.

Perspectivas

Paes destaca ainda que os jogos da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016 devem também impulsionar os negócios da empresa. "Não vão faltar pedidos no segmento de balanças comerciais. Estamos trabalhando a plena capacidade", diz. Ele explica que os setores supermercadista, de franquia e de hotelaria devem contribuir para ampliar a demanda em meio aos megaeventos que acontecerão no País nos próximos anos. Segundo a Filizola, o foco para 2013 será desenvolver novidades nos mercados em que atua, como balanças com software integrado, por exemplo.

O gerente comercial da Filizola afirma que as recentes medidas do governo para impulsionar a indústria são boas, no entanto não são suficientes, pois sempre têm data certa para acabar. "Como o empresariado pode pensar em investir?", indaga Paes. Ele destaca como principal benefício a mudança das condições do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Hoje, o financiamento tem um prazo maior para pagamento", diz o executivo. Ele complementa que a desoneração da folha também foi boa "tanto para a Filizola quanto para a indústria como um todo".

Paes ressalta, porém, que os empresários não estão otimistas. "A indústria está passando por uma fase em que precisa de confiança e planejamento para pagar os seus investimentos", diz. Apesar do pessimismo, ele afirma que a concorrência com os chineses - temor da maioria da indústria nacional - não assusta a Filizola. "A concorrência existe, quem não está sofrendo deste mal? Mas a situação está melhor do que esperávamos", destaca o executivo, que completa, otimista. "Estamos administrando bem esta questão", afirma Paes.



Veículo: DCI


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