Comércio vende de 4% a 6% mais no Natal

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Em um ano de fraco desempenho da economia do País, crescimento foi obtido com promoções e vendas de produtos de menor valor


À custa de muita promoção e enfatizando os produtos de menor valor, as lojas conseguiram um resultado positivo de vendas neste Natal, num ano em que a economia brasileira teve desempenho fraco. Vários indicadores de vendas divulgados ontem apontam para essa direção. As taxas de crescimento do comércio variaram entre 4,1% e 6% em relação ao Natal do ano passado.

"Houve muita promoção neste Natal, o que não ocorreu no de 2011", disse o presidente da Associação dos Lojistas de Shoppings (Alshop), Nabil Sahyoun. Um levantamento feito pelo Ibope com 150 shoppings no País para a Alshop indica que a receita nominal do Natal cresceu 6% em relação à da mesma data de 2011, quando a alta havia sido de 7%.

Mas, como o número de lojas de shoppings aumentou cerca de 6% em um ano, Sahyoun ponderou que o crescimento, considerando as mesmas lojas, de fato cresceu entre 2,5% e 3%.

"O PIB (Produto Interno Bruto) desacelerou e era impossível que o comércio ficasse imune", observou o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emilio Alfieri. Dados da Boa Vista Serviços, que administra o Serviço Central de Proteção ao Crédito, fornecidos para a ACSP, mostram que o número de consultas para vendas com cheque, carnê e cartão em todo o País cresceu 4,1% na comparação com o mesmo período de 2011.

Na empresa de informações financeiras concorrente, a Serasa Experian, o aumento no número de consultas para o mesmo período foi de 5,1% em relação à semana que antecedeu o Natal de 2011. "Não foi um Natal para reclamar, diante do desempenho da economia", afirmou o assessor econômico da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida.

Faturamento. De toda forma, os dois indicadores de número de consultas, o da Boa Vista Serviços e o da Serasa Experian, dão uma indicação da quantidade de transações realizadas que, necessariamente, pode não corresponder ao desempenho do faturamento. "Provavelmente o crescimento no faturamento do Natal deve ser inferior a 5%", calculou Almeida.

Para fazer esse prognóstico, o economista considera o elevado endividamento do consumidor e a inadimplência ainda estabilizada em níveis altos. Foi exatamente essa situação que fez com que houvesse uma redução do gasto médio de cerca de 20% nas lojas de shoppings no Natal deste ano em relação ao de 2011, segundo a Alshop. Ele observou que, pelo segundo ano seguido, itens de menor valor, como perfumaria, cosméticos e óculos, foram os mais procurados, com crescimento de 14% nas vendas.

No comércio eletrônico, as vendas de Natal somaram R$ 2,6 bilhões e não atingiram as metas porque parte das compras foi antecipada. Segundo o e-bit, empresa especializada em informações de varejo online, o crescimento na receita foi de 18% e a projeção era de alta de 25%.

Veículo: O Estado de S.Paulo


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