A fabricante de lácteos Vigor planeja entrar nos mercados do Nordeste e do Rio Grande do Sul por meio de aquisições, disse ontem o presidente da companhia, Gilberto Xandó, em reunião com acionistas. Mas isso deve demorar pelo menos cinco anos. Segundo ele, nos próximos três anos, a meta é fortalecer a operação no Sudeste e em outros mercados do Sul.
A Vigor tem planos de ampliar o número de fábricas e de centros de distribuição nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina. "Temos muita coisa com que nos divertir no mercado do Sudeste, para crescer de forma robusta no curto e médio prazos nos Estados contíguos a São Paulo", disse Xandó. "Não precisamos de grandes investimentos para ir ao Rio e Espírito Santo", afirmou, acrescentando que são necessários apenas mais recursos para vendas e distribuição, pois as marcas da Vigor - Danúbio, Leco, Faixa Azul, Serrabela e Amélia - estão presentes nesses Estados.
Para ele, a localização das fábricas e o sistema de coleta de leite permitem à companhia expandir a atuação. "Estamos bem-localizados em termos de bacias leiteiras."
A empresa deve buscar dinheiro no mercado para se financiar. Maurício Hassan, CFO da Vigor, disse que uma das possibilidades é emitir debêntures em 2013 e Xandó afirmou que a fabricante continua analisando a situação dos mercados para fazer um IPO (oferta pública de ações). A Vigor entrou na bolsa em junho por meio de uma oferta de permuta de ações do Grupo JBS, ao qual pertence.
Sobre uma eventual emissão de debêntures, Hassan disse: "A gente olha como instrumento [financeiro de crédito] de mercado local. Assim como [contratar] dívida de banco é importante e instrumento de dívida pública também. A empresa [Vigor] é focada no mercado local, as nossas receitas são em reais e, portanto a nossa moeda funcional é o real e faz todo o sentido ter dívidas denominadas em reais também".
A situação financeira da Vigor permite alavancagem financeira, pois o perfil da dívida da empresa está mudando do curto para o longo prazo, disse ele. Em 30 de setembro, o endividamento da empresa somava R$ 135 milhões, sendo R$ 92,5 milhões de curto prazo.
Xandó afirmou que não há prazo para fazer o IPO da Vigor, e que a oferta será feita "quando houver janela favorável de mercado".
Veículo: Valor Econômico