Cresce demanda por produtos para hotelaria

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O crescimento e o ganho de qualidade da infraestrutura hoteleira nacional carrega consigo os fornecedores de produtos de higiene e beleza voltados para a hospitalidade. Empresas como Realgem's, Ecco Brasil e Harus projetam forte crescimento de demanda nos próximos anos, investem para alicerçar o avanço e já fazem planos para melhor atender os turistas da Copa do Mundo.

 

"O mercado está muito propício a um crescimento vertical e horizontal. Ele está aceitando um volume maior, com mais hotéis e hóspedes, e há um potencial de melhoria na qualidade dos produtos também, porque os hotéis vão ter que subir de padrão", acredita o diretor-comercial da Realgem's, Mauro Carvalho.

 

A empresa planeja, em 2013, investir cerca de R$ 1,5 milhão para ampliar sua linha de fabricação de frascos plásticos. A produção atual, de 1,5 milhão de embalagens ao mês, supre 30% da demanda da companhia. Com o incremento de capacidade, o objetivo é chegar a 100% até 2015 e, para isso, a fabricante deve recorrer a empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

 

O novo aporte sucede investimento de R$ 3 milhões realizado nos últimos dois anos, que ampliou a capacidade de produção da Realgem's para 8 milhões de sabonetes ao mês - hoje a empresa utiliza a metade disso. Com faturamento de R$ 19 milhões em 2011, num crescimento de 12% sobre o ano anterior, a companhia projeta avanço de 8% para 2012. Já para o segundo semestre de 2013 e o primeiro de 2014, com a preparação para a Copa, Carvalho prevê um pico de crescimento de 15% a 20% no faturamento. "Após a Olimpíada de 2016, nossa expectativa é de que o mercado se estabilize nesse patamar mais alto, pois o número de leitos será maior e os turistas que vierem para os eventos voltarão outras vezes se o Brasil melhorar sua infraestrutura turística", acredita.

 

Segundo o executivo, a receita da empresa com exportação hoje ainda é "irrisória", mas a expectativa é atingir 5% do faturamento em vendas externas até 2013 e 10% até 2014. "Exportamos para Uruguai, Paraguai e Angola, mas já temos outros mercados em vista, que ainda não posso divulgar."

 

No caminho da maior sofisticação, a companhia lança provavelmente em novembro uma nova linha de produtos em parceria com a marca italiana La Bottega Dell'Albergo. "Formamos uma joint venture para trazer as marcas internacionais dessa empresa, que é líder do segmento na Europa, para o Brasil", diz. A companhia também já trabalha em uma linha de amenities - amenidades, como são conhecidos os cosméticos de hotelaria - voltados para a Copa, sobre a qual Carvalho prefere ainda não comentar. Com três fábricas, empregando 150 funcionários, a Realgem's atende hoje mais de 4 mil clientes.

 

Ecco Brasil

 

"Sem contar com esse momento de Copa e Olimpíada, as amenities vêm sofrendo uma mutação bem rápida nos últimos anos", conta o diretor-operacional da Ecco Brasil, Vicenzo Manzo. "O hoteleiro passa a enxergar os produtos não só como um item de higiene pessoal, mas cada vez mais como um presente para o hóspede", diz. Segundo o executivo, a entrada de empresas do ramo de perfumaria, como a Natura e a L'Occitane, no segmento hoteleiro melhorou a imagem dos produtos, valorizando todo o setor.

 

O forte da empresa hoje é o segmento hospitalar, onde Manzo calcula que a Ecco Brasil detém 90% do mercado nacional. Agora, a companhia quer avançar sobre o setor de hotéis de quatro e cinco estrelas e, com isso, dobrar de tamanho nos próximos 12 meses. Utilizando atualmente 30% de sua capacidade instalada, espaço para crescimento não lhe falta. Na edição da Equipotel de 2012, realizada na última semana, a empresa lançou uma nova linha composta de 145 produtos e reestilizou todas as suas linhas tradicionais. "Essa nova linha oferece um padrão que não existe em hotelaria até agora, colocando-nos em uma posição diferenciada", gaba-se o executivo. O investimento para o lançamento foi de cerca de R$ 500 mil, diz Manzo.

 

Outro mercado potencial que o diretor vê é o de motelaria. "Hoje nós atingimos apenas os motéis cinco-estrelas, porque a maioria dos moteleiros ainda não entendeu que é preciso fazer esse agrado", afirma. "Acredito que o próximo passo é a motelaria mudar também, mas vai ser uma transformação mais lenta, porque nesse setor há um pessoal muito antigo, que precisa atualizar os padrões de administração", diz.

 

Com uma planta em São Paulo e 100 funcionários diretos, a Ecco Brasil possui produção totalmente verticalizada, não dependendo de terceiros em nenhuma etapa do processo. Manzo não revela o faturamento da empresa, mas diz que em 2011 o crescimento foi de 20%. A companhia também já planeja uma linha específica para a Copa. "Será uma linha temática, que poderá ser adotada ao gosto do cliente", adianta. Hoje, a empresa possui cerca de 2 mil compradores ativos.

 

Harus

 

No cargo há cerca de 80 dias, o novo diretor-executivo da Harus, Roberto Posche, foi contratado como parte do plano da empresa de dobrar de tamanho nos próximos dois anos. Segundo o CEO, os investimentos necessários para esta alavancagem ainda estão sendo discutidos internamente. No entanto, ele relata que a utilização da capacidade da planta da empresa em Franca (SP) está entre 75% e 80%, o que, portanto, determina que aportes na ampliação das instalações produtivas serão necessários. "Não significa que para crescer 100 vou investir 100; haverá um esforço para o ganho de produtividade", diz.

 

A empresa tem um foco amplo, atendendo hotéis, motéis e pousadas. "Desde o hotel classe A até a pousadinha." Com 280 funcionários na equipe interna e externa, o executivo calcula que a companhia dobrou de tamanho nos últimos dois anos, atendendo atualmente mais de 10 mil clientes ativos.

 

Segundo o diretor, hoje cerca de 5% do faturamento da empresa já vem das vendas ao mercado externo. "Estamos em países da América do Sul e agora começamos a nos voltar também para a África", conta Posche.

 


Veículo: DCI


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