Redução do nível de desemprego e o aumento da renda deverão impactar as vendas.
O bom momento do mercado de trabalho, com a redução do nível de desemprego e o aumento da renda das pessoas, deverá impactar positivamente as vendas do Dia dos Pais neste ano. A previsão é da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), que aposta em um faturamento de até R$ 1,78 bilhão no comércio da Capital em função das vendas relativas àquela que é considerada a quarta melhor data comemorativa para o setor.
De acordo com o presidente da CDL-BH, Bruno Falci, o montante representa um incremento de 3,5% ao valor gerado pelas vendas do comércio na mesma data do ano passado. Naquela época o faturamento foi de R$ 1,72 bilhão. "Apesar de não figurar entre as três melhores datas para o comércio varejista, o Dia dos Pais motiva gastos e também ganha destaque junto aos lojistas", explica.
Por outro lado, o presidente da entidade lembra o ritmo lento de crescimento apresentado pela economia brasileira no decorrer do primeiro trimestre de 2012. Ainda assim, ele acredita que o cenário poderá ser melhor a partir do segundo semestre.
"Na última semana vimos a oitava redução consecutiva da taxa básica de juros, (Selic) e esse é um dos caminhos para estimular a economia. Como já há algum tempo essa medida vem sendo adotada, é possível que os efeitos comecem a surgir. Além disso, há outras ações que deverão incrementar as vendas, como a redução de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para alguns itens", diz.
Procura - Em relação aos setores e produtos que mais deverão ser demandados em função da data, o presidente da CDL-BH destaca moda masculina, vestuário e calçados. Entretanto, segundo ele, perfumes e cosméticos, relógios, além de eletroeletrônicos e informática, também deverão ser muito procurados pelos filhos.
Já no que se refere aos níveis de inadimplência da população que seguem em alta na capital mineira, o presidente da entidade afirmou que não deverão influenciar no desempenho das vendas, uma vez que aos poucos estão se estabilizando.
"Ao longo do tempo temos observado uma mudança no perfil dos novos consumidores. Se quando surgiu, a nova classe média tinha como característica um maior nível de endividamento, por não saber lidar tão bem com as finanças, hoje, essa mesma fatia da população procura se manter em dia com seus compromissos financeiros, a fim de evitar qualquer restrição na hora de ir às compras", afirma.
Fecomércio - Neste sentido, levantamento divulgado recentemente pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas) apontou que a taxa de inadimplência em junho atingiu seu maior índice no ano. No mês passado, o indicador foi de 6,5% frente a 6,2% em maio. Segundo a entidade, o resultado foi puxado principalmente pelas classes C (52%), D e E (31%).
Juntas, as três foram responsáveis por 83% dos inadimplentes, que em sua maioria são assalariados (70%), com renda média entre 2 e 5 salários mínimos (75%) e com o segundo grau completo ou incompleto, totalizando 65,4%.
A Pesquisa de Endividamento do Consumidor revelou ainda que o cartão de crédito continua como o líder absoluto dos compromissos financeiros dos consumidores, com 51,4% de participação. Conforme análise do Departamento de Economia da entidade, esse alto índice é fruto da maior disseminação do chamado "dinheiro de plástico" nas camadas sociais emergentes.
Veículo: Diário do Comércio - MG