Fabricantes investem em marketing

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A nova nomenclatura da cachaça nos Estados Unidos deve ajudar a valorizar o produto e aumentar as vendas no país. O próximo passo, é reivindicar na Organização Mundial do Comércio (OMC) o reconhecimento desse título.

Ter o apoio dos EUA na OMC é fundamental, diz César Rosa, presidente do conselho do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac). "Eles são os principais formadores de opinião e o maior mercado do mundo", afirma, "e isso vai dar uma força gigantesca no poder de negociação com os outros países."

A previsão do Ibrac é que alguns anos depois de a OMC reconhecer a cachaça como brasileira, as exportações passem de 14 milhões de litros ao ano para 40 milhões de litros anuais.

Tanto o Ibrac como os empresários do setor concordam que, no momento, o passo mais importante é ter a denominação de origem reconhecida nos Estados Unidos - mais do que uma eventual redução de imposto. Eles querem uma fatia do enorme mercado americano de bebidas.

A Pitú, maior exportadora brasileira do produto, que vende cachaça a granel e em garrafa, investiu 40% a mais este ano em ações de marketing nos EUA para promover a bebida em basicamente três Estados: Califórnia, Flórida e Nova York. As garrafas para o exterior são adaptadas para os diversos mercados, tanto no tamanho (1 litro ou 750 ml) quanto no rótulo, com seis idiomas diferentes.

A expectativa é vender 10% a mais no segundo semestre do que de julho a dezembro de 2011. "Estamos promovendo eventos como degustação em lojas e entrega de brindes, ações pequenas que podem nos ajudar a melhorar a visibilidade do produto", diz Leila Lopes, coordenadora de mercados internacionais da Pitú. A companhia está oferecendo brindes como kits de preparo de caipirinha, para aumentar as vendas de cachaça.

Bruno Siqueira, sócio da também brasileira Santa Dose, diz que a estratégia será aproveitar a popularização da bebida nos Estados Unidos por causa da denominação de origem para "trabalhar o conceito de que a Santa Dose é mais leve do que a concorrência". "Vai ser uma briga dos produtores para ver quem tem a melhor campanha", afirma. A Santa Dose nasceu em 2009, no ano seguinte começou a mirar as exportações e já fez um estudo sobre o mercado americano. A marca chegou às gôndolas com uma bebida que combina cachaça com limão e gotas de mel e tem um teor alcoólico de 17,5% - menor do que da cachaça pura (40%) e que paga menos imposto.

Segundo o Ibrac, a indústria brasileira de cachaça tem capacidade para fabricar mais de 1 bilhão de litros por ano. Hoje, produz cerca de 700 milhões de litros - 14 milhões exportados. São 40 mil produtores e 4 mil marcas.



Veículo: Valor Econômico


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