Fabricante de cadernos diversifica para voltar a crescer

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Com apenas uma fábrica e uso de 40% de sua capacidade instalada, a gaúcha Credeal, uma das maiores fabricantes de cadernos, ao lado da Tilibra e da Foroni, trabalha para melhorar a ocupação de sua fábrica adotando novas estratégias para distribuir a produção ao longo do ano. Localizada em Serafina Correia, interior do Rio Grande do Sul, a companhia quer alavancar as vendas com lançamentos, integração do caderno com conteúdo on-line e aumentar a participação de impressos específicos para alunos em período de provas, com objetivo de entrar no ensino superior.

De acordo com o presidente da companhia, Fernando Alban, a empresa decidiu investir no que chama Projeto Saber para fugir da sazonalidade que a produção de cadernos escolares apresenta. Além disso, a ideia da companhia é a de compensar com exportações para regiões com o calendário escolar oposto ao do Brasil, como na América do Norte e na América Central. Outro mercado para ser atacado é o de personalizados, mas este com menor impacto sobre o total da empresa.

Com isso, a previsão é de que a produção este ano chegue a 26 mil toneladas de cadernos de diversos tamanhos. Se confirmada a previsão, a empresa terá atingido crescimento de 8,3% sobre 2011. Uma das frentes em que a Credeal aposta para aumentar as vendas é avançar sobre as participações das suas concorrentes.

"O mercado de cadernos anda de lado, possui um crescimento orgânico baixo, por isso, para crescermos mais de 8% é preciso avançar sobre os concorrentes", explicou o presidente da empresa, Fernando Alban. Para alcançar esse objetivo, a empresa iniciou uma campanha na qual afirma vender não somente o caderno, mas conteúdo direcionado à faixa etária que atende cada um de seus produtos.

Entra nessa estratégia da empresa a adoção de QR Codes, aqueles quadrados com imagens para serem lidos por celular, por meio dos quais o seu consumidor terá acesso a conteúdo produzido pela própria empresa e que vai de material de pesquisa a entretenimento. "Costumamos dizer que não somos uma fábrica de cadernos, mas de educação", discursou Alban. De acordo com o executivo, os negócios da empresa estão concentrados, além do Brasil, na América Latina. A expectativa do grupo é de aumentar seu faturamento em 10% este ano sobre os R$ 157 milhões registrados no ano passado.

Dos produtos que comercializa, a Credeal tem 67 novas coleções. Do total, 60% são de marcas próprias, e o restante é de licenciamentos de marcas, como Disney, bandas musicais da moda e marcas consideradas de identificação com o grande público. Essa fatia menor de produtos, porém, está no segmento de maior valor agregado e responde por 55% das vendas da companhia em faturamento, enquanto a maior parte, ainda de valor menor responde por 45% do faturamento.

Apesar do crescimento de número de escolas que adotam o computador em suas dependências, e de tablets e livros eletrônicos apresentarem aumento de sua utilização, Alban não se mostra pessimista com o avanço de novas tecnologias sobre os produtos que fabrica. Ele procura outras formas para diversificar a origem de seu faturamento.

Futuro

Segundo Alban, uma pesquisa feita tanto no Brasil quanto nos EUA aponta que o consumo de cadernos vem crescendo ao mesmo passo que o uso da Internet. O motivo é simples: cada vez mais os professores vêm exigindo trabalhos escritos a mão pelo aluno em decorrência da facilidade em obter conteúdo pela Internet e que vai parar nos trabalhos por meio do "copia e cola", termo utilizado quando se faz uma cópia de textos publicados na rede mundial de computadores. Além disso, outra característica que se vem renovando no mercado é a exigência de pesquisas em livros ao invés de sites da Web.

"Vemos que o caderno ainda é fundamental para a formação pedagógica de pessoas com até 16 anos. A partir dessa idade é que este se torna um acessório; mesmo assim, ainda há pessoas que estão com seu tablet mas não deixam de carregar seu bloco de anotações, seja em reuniões ou em outra situação", afirma.

A ameaça mais real ao negócio de cadernos, diz Alban, é a alta carga tributária incidente sobre o setor. "Achamos que é injusto o caderno ter que recolher uma carga tributária elevada, entre 25% e 27% de seu preço, enquanto todo produto do ramo editorial, de livros a revistas, tem a possibilidade de usar o papel imune", reclamou.

Papelão

As vendas de papelão ondulado totalizaram 287.130 toneladas em maio de 2012, praticamente em linha com a estimativa preliminar de 287.070 toneladas, segundo a Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO).

O volume representa um aumento de 2,11% em relação ao de maio do ano passado. Sobre abril de 2012, o volume expedido, ajustado sazonalmente, é 0,46% superior. No acumulado de cinco meses, as vendas subiram 1,62%.



Veículo: DCI





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