Vendas do polo de meias aquecidas

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Enquanto em 2011 negócios saltaram 10%, expectativa para 2012 é registrar crescimento de 15%.


As vendas do polo de confecções de meias de Juiz de Fora (Zona da Mata), segundo maior produtor do Brasil, atrás apenas de São Paulo, cresceram 10% no acumulado dos cinco primeiros meses de 2012 em relação ao mesmo período do ano passado. A informação é do presidente do Sindicato das Indústrias de Meias de Juiz de Fora (Sindimeias-JF), Antônio Simão. O polo, que conta com mais de 50 empresas associadas, gera cerca de 10 mil empregos diretos e produz quase um milhão de dúzias de meias por mês, reagiu à crise que se abateu sobre as empresas do setor de outras regiões do país, quando muitas delas sentiram retração nas vendas por causa da elevação da cotação do dólar.

Agora, o cenário é outro. Tanto é que a expectativa da entidade para este ano é crescer 15% frente o desempenho de 2011. O resultado deve ser garantido pelo bom resultado das vendas no segundo semestre deste ano. "Desde o início do ano, o mercado vem melhorando de uma maneira geral. Com o aumento da empregabilidade, aliado à oferta de crédito, a tendência é melhorar ainda mais nos próximos meses", avalia o empresário Tadeu Monteiro de Barros Pinto.

Proprietário da Indústria e Comércio Meias Young Ltda, especializada na confecção de meias para crianças, adolescentes e adultos, ele diz que o crescimento acumulado no período de janeiro a maio deste ano ante o mesmo período do ano passado chega a 200%. "Esse resultado só foi possível porque a empresa passou por ampliação nas instalações e melhorias na produção, iniciadas no ano passado e concluídas neste ano", explica. Diante do cenário favorável, as expectativas do proprietário para o acumulado do ano é de um incremento de pelo menos 100% dos negócios frente ao registrado em 2011.

Atualmente, a empresa produz cerca de 60 mil pares de meia por mês. Os principais clientes da confecção são lojistas da região Norte e Centro-Oeste, que respondem por 40% da produção. Além de Minas Gerais, a indústria fornece mercadorias para Goiás e Bahia.

Ainda conforme ele, no ano passado a empresa realizou investimentos na automatização dos processos de fabricação, com aquisição de maquinário mais moderno. O valor aportado foi de R$ 500 mil. Com isso, foi possível ampliar e modernizar a produção. "Também aumentamos os gastos com mão de obra especializada", informa. No segundo semestre, a ideia, segundo ele, é investir mais R$ 150 mil em maquinário, com o objetivo de aumentar a produção para cerca de 120 mil meias por mês. Hoje, a empresa tem apenas cinco funcionários e, apesar de a confecção já estar trabalhando na próxima coleção primavera/verão, há previsão de contratações. "O quadro deve dobrar até o final do ano, apesar do cenário incerto da economia", informa.

Demanda aquecida - O desempenho positivo também foi verificado pela Malhas D’Estefano, especializada na fabricação de meias esportivas, unissex, adulto e infantil. De acordo com o proprietário João Luis Silva do Amaral, a confecção registrou aumento da ordem de 10% no volume de pedidos recebidos ao longo dos cinco primeiros meses de 2012 na comparação com o mesmo período de 2011.

Segundo ele, entre os principais fatores que impulsionaram a alta estão o reaquecimento da economia e a antecipação do inverno em algumas regiões do país. "Tradicionalmente, o mês em que recebemos o maior volume de pedidos é maio, por causa do inverno. Esse ano foi adiantado para abril, justamente pelo fato de o inverno ter chegado mais cedo em algumas regiões", explicou.

Os principais clientes da empresa estão em São Paulo e são responsáveis por mais de 30% das compras feita à empresa, que fabrica aproximadamente 400 mil pares por mês. Já Minas Gerais fica com 5% da produção.

Para o acumulado do ano, o proprietário aposta em um aumento da ordem de 20% nos negócios da empresa em relação ao registrado no exercício passado. Ao todo, a confecção tem 67 funcionários. No final do ano passado, foi feito um investimento em maquinário com o intuito de aumentar a produção, além de renovação da frota. "Com isso, contratamos mais funcionários e a produção subiu 20%", informa.

O proprietário da Malharia Rikam, localizada em Juiz de Fora, Sâmar Garcia Salles, também está confiante em dias melhores. A empresa, que produz meias sociais, esportivas e infantis há 46 anos, teve, entre janeiro e maio deste ano, crescimento de 5% frente igual intervalo do ano anterior. Para que a alta prevaleça até o final deste ano, vai reduzir os custos com a produção e evitar os prejuízos que possam acontecer caso o inverno seja menos rigoroso do que o esperado. Outra estratégia é investir em treinamento de funcionários, com a finalidade de aumentar ainda mais a produtividade. "Dessa forma, vamos conseguir recuperar os prejuízos do ano passado", diz ele.

Segundo o empresário, nos períodos tradicionais, a produção mensal da empresa gira em torno de 60 mil dúzias de pares de meias por mês. Deste total, 15% são enviados para São Paulo. "O mercado de Minas Gerais tem crescido pouco. Hoje, as vendas no Estado respondem por apenas 10% da nossa produção", destacou. Apesar disso, a Malharia Rikam deve encerrar 2012 com crescimento em torno de 5% em relação ao ano passado.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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