Eletrodomésticos foram destaque. No segmento de tecidos, vestuário e calçados houve recuo de 1% nos negócios
As vendas do comércio varejista de Minas Gerais cresceram 5,5% em abril em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O bom desempenho pode ser atribuído, principalmente, ao setor de móveis e eletrodomésticos, que registrou alta de 24,9%, seguido por outros artigos de uso pessoal e doméstico (10,3%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (5,6%).
Os resultados comprovam que as medidas de incentivo ao consumo, adotadas pelo governo federal, como a redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), para os produtos da linha branca (fogão, geladeira, máquina de lavar e tanquinho) e para os móveis, estão surtindo o efeito esperado. Porém, como o benefício acaba no fim deste mês, os números das próximas pesquisas podem ser diferentes.
Na outra ponta, tiveram desempenho negativo, na mesma base de comparação, a venda de livros, jornais, revistas e papelarias, que recuou 13,6%. Em seguida, aparecem tecidos, vestuário e calçados (-1%) e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-0,3%).
Já ante março, a venda do varejo mineiro cresceu 0,9% em abril, ainda de acordo com o instituto. Conforme o analista do IBGE-MG, Antônio Braz, a expansão dos negócios no quarto mês deste exercício se justifica pelo aumento da renda do trabalhador e pelas baixas taxas de desemprego. Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego, também do IBGE, a taxa de desocupação na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) atingiu em abril 5%, o menor patamar desde 2002.
No acumulado do ano, a variação positiva foi de 8,3% no Estado, com todos os oito setores pesquisados pelo IBGE registrando crescimento. Mais uma vez, o destaque foi o ramo de móveis e eletrodomésticos, que impulsionou o índice ao registrar alta de 27,9%. Logo depois, aparecem outros artigos de uso pessoal e doméstico ( 15,9%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos ( 9%).
Nos últimos 12 meses, por sua vez, o aumento das vendas do comércio em Minas foi de 8,6%, na comparação com o mesmo intervalo imediatamente anterior. O grupo que reúne móveis e eletrodomésticos, mais uma vez, registrou a maior expansão (29,1%), seguido por outros artigos de uso doméstico e pessoal (11%). Destacou-se também o grupo de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com crescimento de 10,8%.
Braz explica que o incremento observado nos equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação se deve à diminuição dos preços dos produtos do grupo. Conforme o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o microcomputador ficou, na RMBH, 9,7% mais barato no último ano. O analista também observa que esses bens conquistam cada vez mais espaço no hábito de consumo das famílias.
Ampliado - Considerando-se o comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motocicletas, partes e peças e material de construção, o crescimento das vendas em abril, no confronto com igual mês do ano passado, foi de apenas 1,4%, devido, sobretudo, ao baixo consumo do grupo veículos, motocicletas, partes e peças, onde foi registrada redução de 6,2%. A construção civil, no mesmo período, teve aumento de 4,3%. O resultado mostra que ainda não houve tempo para que a desoneração do IPI, para os veículos 1.0, anunciada no fim de abril, aquecesse os negócios.
No acumulado de 12 meses, o crescimento registrado foi de 7,1%, sendo que a venda de veículos, motocicletas, partes e peças teve aumento de 4,3% e o material de construção de 6,8%, o que sinaliza que a construção civil permanece em alta.
Veículo: Diário do Comércio - MG