Robério Silva é eleito para dirigir a OIC

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O Brasil conseguiu uma segunda vitória na área agrícola, elegendo ontem por aclamação Robério Silva como novo diretor-geral da Organização Internacional do Café (OIC) após muita articulação diplomática.

Em junho, o Brasil conquistara o cargo de diretor da Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), com José Graziano da Silva, em disputa final com um candidato europeu.

O Brasil é o principal produtor e exportador e o segundo maior consumidor de café do mundo. Mas ganhar na OIC foi difícil. O sistema de votação é repartido entre países produtores e consumidores. A campanha de Silva só tomou impulso depois da vitoria na FAO.

Quando o brasileiro entrou de fato na disputa, o mexicano Rodolfo Trampe Taudert já tinha conseguido boa parte dos votos da União Europeia, com 33% dos votos da OIC, e dos EUA com quase 15%, do lado dos consumidores.

Na disputa final, um candidato da Índia jogou a toalha na primeira rodada, deixando brasileiro e mexicano no confronto. Afinal, valeu a articulação diplomática brasileira que conseguiu equilibrar o jogo dentro da UE. França, Itália e Portugal apoiaram o brasileiro. A Alemanha, maior reexportador mundial sem plantar um só pé de café, defendia o mexicano.

Sem posição comum, a UE acabou se abstendo. O mexicano viu que Silva tinha apoio maciço dos produtores, enquanto seu apoio entre consumidores era expressivo mas numericamente fraco com os europeus divididos, e decidiu renunciar. O brasileiro ganhou sem votação, por unanimidade.

"Foi uma campanha difícil, e a vitória brasileira revelou o prestrígio do Brasil entre os países produtores, particularmente na Africa, que votou unanimemente conosco'', afirmou o subsecretário geral de assuntos econômicos do Itamaraty, embaixador Valdemar Carneiro Leão. A última vez que o Brasil dirigiu a OIC foi em 2000-2002, com Celsius Lodder. José Sette dirigia interinamente a entidade.

Robério Silva tem afirmado que a conquista da OIC é estratégica para o Brasil, para transmitir para a entidade sua experiência de expansão do consumo. Segundo ele, o setor cafeeiro está bem. Na crise global, o consumo do produto não foi afetado.

Ele recebeu o apoio de 80% dos produtores, a começar pelo Vietnã, segundo maior produtor, da Colômbia, Cuba e Filipinas, também manifestam apoio.


Veículo: Valor Econômico


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