Demanda do consumidor por crédito cresceu 3,7% em 2016

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Apesar do avanço ano passado, a procura por recursos por parte do cliente foi atrelada à quitação de dívidas, diminuindo o impacto para o varejo nacional

 



São Paulo - A demanda do consumidor por crédito subiu 3,7% em 2016, frente a 2015, segundo o Serasa Experian. Apesar da alta, a busca do brasileiro por dinheiro se deu para quitação de dívidas, interferindo pouco para o estimulo a novas aquisições, fator que seria decisivo para retomada do varejo. De acordo com o indicador o resultado verificado de 2016 deu sequência ao histórico de avanços menores dos últimos anos (veja no gráfico) e, para os economistas da Serasa Experian, a inflação ainda alta, sobretudo no primeiro semestre do ano, os esforços do consumidor em reduzir pagar suas dívidas, o elevado custo do crédito e o grau reduzido dos índices de confiança dos consumidores, determinaram um desempenho enfraquecido da demanda do consumidor por crédito no ano de 2016, a exemplo do que vem ocorrendo nestes últimos anos.


"Vale ressaltar também que, observando-se tanto os dados das vendas do varejo como das concessões de crédito de 2016, depreende-se que a demanda por crédito no ano passado foi caracterizada pela procura de crédito para quitação/renegociação de dívidas do que para a expansão do endividamento de consumo/investimento do consumidor", dizia o relatório do Serasa, sinalizando que, mesmo que o consumidor tenha buscado crédito, a finalidade do aporte era diminuir o endividamento das famílias, e não investir em novas aquisições no varejo.

 



Análise por renda
De acordo com levantamento, ao longo do ano passado a busca do consumidor por crédito subiu em todas as demais faixas de renda em relação ao ano de 2015. Para os que ganham até R$ 500, a alta foi a mais fraca: 1,1%. Para os consumidores com renda mensal entre R$ 500 e R$ 1.000, a alta foi de 3,7%. Para a renda mensal entre R$ 1.000 e R$ 2.000, o crescimento foi de 4,3%. Já os consumidores com renda mensal entre R$ 2.000 e R$ 5.000, o crescimento foi de 4,1%. Já para os que ganham entre R$ 5.000 e R$ 10.000 por mês, a expansão foi de 3,9%.


Quando o recorte se dá por regiões no País, no acumulado do ano de 2016 a demanda do consumidor por crédito avançou 7,2% na Região Sul, 3,7% no Sudeste, 5,1% no Centro-Oeste e 1,7% no Nordeste. Na direção contrária ficou apenas a região Norte com queda acumulada de 2,6% de janeiro a dezembro de 2016 na comparação com o período de janeiro a dezembro de 2015.


Outro dado que corrobora com a perspectiva de que o brasileiro buscou crédito para quitar dívidas foi divulgada ontem pela da Boa Vista SCPC. Segundo dados nacionais da entidade, a inadimplência do consumidor obteve queda de 0,9% em 2016. Na avaliação mensal, descontados efeitos sazonais, houve retração de 7,6% do indicador quando comparado o resultado de dezembro contra novembro. Já na avaliação contra o mesmo mês do ano anterior, dezembro caiu 5,7%. Regionalmente, na análise acumulada em 12 meses, a maior elevação ocorreu no Norte (4,1%), seguida das regiões Nordeste (2,6%) e Centro-Oeste (2,0%). Já nas regiões Sul e Sudeste houve retração de 4,9% e 2,0%, respectivamente.

 



Cautela
"As adversidades ocorridas na economia ao longo dos últimos dois anos geraram grande cautela nas famílias, inibindo o consumo e consequentemente contribuindo para a diminuição do fluxo de inadimplência", diz o relatório da Boa Vista. Para 2017, mantendo a perspectiva de pequeno crescimento da economia e renda, juros menores e inflação controlada, espera-se uma retomada sustentável da demanda de crédito, expandindo a renda disponível das famílias, fatores que colaboram para manter o atual cenário de estabilidade da inadimplência.

 



Paula Cristina


Fonte: DCI - São Paulo

 

 

 


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