Inflação deve recuar nos próximos anos

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Pouco a pouco, o Banco Central tem conseguido mexer com as expectativas de inflação para o longo prazo. As previsões do mercado financeiro seguem ainda acima de 4,5% para 2015 e 2016, mas mostram algum refresco

 

 



Na sexta-feira passada, o diretor de Política Econômica do BC, Luiz Awazu Pereira da Silva, voltou a enfatizar que o recuo das projeções tem sido positivo, mas ainda insuficiente para fazer com que a autoridade monetária levasse a inflação para o centro da meta no fim do ano que vem.

A redução mais significativa do mercado se deu para o ano de 2019, prazo mais longo que pode ser consultado na série de estatísticas consolidadas da pesquisa Focus, divulgada ontem. A expectativa mediana acumulada para esse ano passou de 4,70% na semana passada para 4,59% agora. No caso de 2018, a queda no período foi de 5,00% para 4,90%, também se levando em conta a mediana das projeções. Para 2017, a taxa esperada ficou inalterada em 5,00% e, para 2016, como mostrou já o Relatório de Mercado Focus, sofreu um leve ajuste de 5,51% para 5,50%.

Essas reduções são amplamente aguardadas pelo Banco Central. O presidente da instituição, Alexandre Tombini, falou pela primeira vez nesse assunto no final de janeiro, em Davos, na Suíça. Na ocasião, ele atribuiu a então queda das previsões ao efeito da mudança do governo sobre sua política fiscal.

Na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada na semana retrasada, a diretoria do BC admitiu que a convergência da inflação para o centro da meta está mais difícil e que, em vez de ser vista "ao longo do próximo ano", será verificada apenas no fim de 2016.

Selic

Mais uma semana sem alterações nas expectativas para o rumo dos juros mesmo depois da divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) mais dura do que o esperado há cerca de 15 dias. O mercado financeiro manteve em 13,50% ao ano a previsão para a Selic no fim deste ano.

A ação mais recente do Copom foi a de aumentar a taxa básica de juros de 12,75% ao ano para 13,25% ao ano e, depois da divulgação do documento sobre a reunião, o mercado entendeu que o BC continuará com sua política de elevação de juros. Várias instituições financeiras informaram que passaram a esperar um BC mais agressiva nas próximas reuniões do Copom - a próxima decisão está marcada para 2 e 3 de junho. Mesmo assim, não houve alterações esta semana no boletim Focus.

Há um mês, a estimativa observada no boletim era de que a Selic encerrasse 2015 em 13,25% ao ano. Nem a taxa média esperada para este ano passou por alterações e segue em 13,22% ao ano. Quatro semanas antes, essa taxa média estava em 13,14% ao ano. Já para os economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros, o Top 5, esperam que a taxa básica de juros encerre o ano em 13,75%. /Estadão Conteúdo



Veículo: DCI


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