As vendas do comércio varejista cresceram 0,6% na Bahia em março, em relação ao mês anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Brasil, houve queda de 0,9%
A variação no volume de vendas do setor em relação ao mesmo mês do ano anterior apresentou queda de 0,1%, no estado. O resultado é considerado estável e está um pouco abaixo da média Brasil, que caiu 0,4%. A variação da receita nominal de vendas (faturamento) no estado foi de 7,2% em comparação com março de 2014. Já a taxa do comércio varejista ampliado - que inclui as atividades de veículos, partes e peças e material de construção - subiu 0,6%, considerando-se também o mesmo mês de 2014.
Para o coordenador de acompanhamento conjuntural da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), Luiz Mário Vieira, a melhoria do desempenho em março deveu-se às promoções ocorridas em todo o estado, como a Liquida Salvador.
Destacaram-se positivamente, nesse mês, os setores de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,2%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3%); e artigos de uso pessoal e doméstico (26,7%). Os piores desempenhos ficaram com móveis e eletrodomésticos (-8,5%); equipamentos e materiais para escritório (-11,8%); e livros, jornais, revistas e papelaria (-9,1%).
Vieira avalia como atípico a queda desse último segmento. "Talvez as pessoas tenham encontrado um outro jeito de comprar", diz, referindo-se ao material escolar, que costuma ser adquirido nesse período.
Trimestre
No acumulado do primeiro trimestre de 2015, as vendas do varejo, na Bahia, tiveram retração de 3,6% em relação a igual período do ano anterior, enquanto o Brasil obteve queda de 0,8%. A variação da receita nominal de vendas, no estado, foi de 2,8% em comparação ao mesmo período de 2014. A maior queda nas vendas, na Bahia, ocorreu em fevereiro, com desempenho negativo de 7,1%, considerado o "efeito calendário" devido à realização do Carnaval, que reduziu o número de dias úteis. Janeiro apresentou redução de 3,7%.
O segmento de equipamentos de escritório, informática e comunicação obteve o pior resultado (-21,4%), seguido de móveis e eletrodomésticos (-9,4%); e de veículos, motos, partes e peças (-7,6%). Os melhores desempenhos foram de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,1%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,4%).
Perspectiva
Para o economista da SEI, o comércio varejista pode se recuperar no segundo semestre, após a definição do ajuste fiscal e a estabilização da inflação, que, nesse primeiro semestre, sofreu o impacto dos reajustes de itens como água, luz e combustíveis.
"Há a expectativa de que o consumidor possa readquirir a confiança e voltar às compras. O crédito também pode voltar a ficar mais acessível. Mas não vai haver nada parecido com o que ocorreu em anos anteriores", diz.
Veículo: A Tarde - BA