Os empresários do comércio varejista da cidade de São Paulo estão pessimistas pela primeira vez em três anos. É o que aponta o resultado de julho do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
O indicador atingiu a marca de 98,6 pontos, a menor desde que a série teve início, em março de 2011, e pela primeira vez ficou abaixo dos cem pontos, limite que divide as percepções pessimistas das mais otimistas. Foi a sexta queda consecutiva no Icec, que ficou 2,5% abaixo da pontuação de junho e 5,4% menor que em julho do ano passado.
O maior descontentamento do empresariado diz respeito à situação presente. O Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec), que compõe o indicador de confiança, teve queda de 2% e chegou a 73,8 pontos. Contudo, as perspectivas de que a situação para os negócios melhore nos próximos meses são ainda positivas: o Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) recuou 3,1%, para os 125,9 pontos.
"Trata-se de uma clara sinalização do agravamento das condições econômicas brasileiras", afirma a assessoria da entidade, em nota. "Os comerciantes paulistanos passam a manifestar um descontentamento efetivo em relação aos rumos da economia, diante de cenário com a permanência da inflação em alto patamar, do baixo volume de vendas registrado recentemente nas principais datas comemorativas (Dia das Mães e Dia dos Namorados) e das taxas de juros elevadas, afugentando ainda mais os consumidores."
A diminuição da confiança entre junho e julho foi maior para os donos de empresas com mais de 50 funcionários do que para os proprietários de companhias com até 50 empregados: -6,3% e -2,4% respectivamente. Apesar disso, os empresários de varejo de grande porte ainda se mostram otimistas, já que o índice do segmento continua acima do limite divisório, com 107,3 pontos.
Veículo: Valor Econômico